A ministra da Educação de Madagáscar foi destituída após ter proposto gastar 1,8 milhões de euros em rebuçados, para distribuir em escolas, com o objetivo de atenuar o sabor de uma infusão comercializada como cura para a Covid-19.

Segundo a comunicação social local, citada esta sexta-feira pela agência noticiosa Efe, a ministra Rijasoa Adnriamanana, que ocupava o cargo desde janeiro, foi destituída por ordem do Presidente malgaxe, Andry Rajoelina, de acordo com um decreto publicado no final de quinta-feira.

Ainda que a ordem presidencial não explique o motivo da destituição, a apresentação de um plano para a aquisição de rebuçados no valor de 8.000 milhões de ariaris malgaxe (cerca de 1,8 milhões de euros) para acompanhar a toma da infusão “Covid-Organics” provocou alguma controvérsia no país insular situado ao largo da costa sudeste de África.

De acordo com Andriamanana, o projeto foi abandonado após ter sido rejeitado por Rajoelina e, segundo a agora ex-ministra, “ao contrário do que alguns dizem, estes 8.000 milhões de ariaris não saíram dos cofres do Estado”.

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Em abril, Rajoelina anunciou uma bebida à base de ervas – incluindo artemísia, uma planta utilizada no tratamento da malária –, que diz funcionar como forma de prevenção e cura da Covid-19, ainda que a sua eficácia não tenha sido objeto de qualquer estudo científico publicado.

O “chá de ervas”, como lhe chama o chefe de Estado de Madagáscar, produzido pelo Instituto Malgaxe de Investigação Aplicada, foi já exportado para outros países africanos.

Os dados mais recentes apontam que Madagáscar regista sete mortos em 957 casos de infeção pelo novo coronavírus, assim como 195 recuperados.

Em África, há 4.756 mortos confirmados em quase 170 mil infetados em 54 países, segundo as estatísticas mais recentes sobre a pandemia no continente.

A nível global, segundo um balanço da agência de notícias AFP, a pandemia de Covid-19 já provocou mais de 387 mil mortos e infetou mais de 6,5 milhões de pessoas em 196 países e territórios. Mais de 2,8 milhões de doentes foram considerados curados.

A doença é transmitida por um novo coronavírus detetado no final de dezembro, em Wuhan, uma cidade do centro da China.