Os transportes públicos na zona da Grande Lisboa reforçaram a sua oferta na terceira fase de desconfinamento, embora ainda com números, quer de utentes, quer de transporte, relativamente inferiores ao período homólogo em 2019.

Em resposta à Lusa, o Metropolitano de Lisboa explicou que, com a retoma gradual dos serviços desde o dia 4 de maio, procedeu a um reforço de oferta correspondente ao serviço praticado em horário de verão, garantindo uma taxa de ocupação relativamente baixa, mas mantendo a oferta adequada às medidas de segurança e ao distanciamento social recomendado.

“A ocupação foi mantida abaixo dos 50% nos períodos de ponta, não se tendo registado, até ao momento, sobreocupação dos comboios”, refere a nota, sublinhando que a empresa está a monitorizar a procura o que permitirá introduzir medidas adicionais de controle, se necessário, designadamente no acesso aos cais, sobretudo nas horas de ponta.

Segundo a empresa, o metro tem efetuado a programação dos níveis de oferta que atenda à evolução da procura, procurando garantir uma taxa de ocupação “relativamente baixa e inferior aos 2/3 da sua lotação” para continuar a manter a possibilidade de distanciamento social.

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Em relação ao número de passageiros, nos meses de abril e maio de 2020, o Metropolitano de Lisboa registou 5,6 milhões de passageiros, o que corresponde a uma diminuição de 81% face ao mesmo período homólogo de 2019 em que se registaram 30,0 milhões de passageiros (não incluído passageiros em fraude).

Por seu turno, a Carris avançou ter reforçado novamente a sua oferta desde sábado passado, encontrando-se, neste momento, “com 95% da sua oferta normal”, salientando que também se encontra a realizar “uma monitorização contínua” e a reforçar carreiras sempre que se justifica, nomeadamente nos horários de ponta.

A empresa, gerida pela Câmara Municipal de Lisboa, avançou também que, a partir de dia 15 voltam outras carreiras a circular, como, por exemplo, as carreiras de bairro.

Já a Rodoviária de Lisboa (RL) referiu que a procura atual pelos seus serviços “representa cerca de 30% da procura que existia antes da pandemia”, no entanto, e para cumprir com a obrigatoriedade de ocupação máxima de 2/3 da lotação da viatura, a empresa avançou estar a realizar, ao dia de hoje, “70% dos serviços habituais em dias úteis”.

De acordo com a empresa, neste momento, o reforço da oferta de serviços da RL “apenas será possível com apoio financeiro complementar”.

Quanto à travessia fluvial, a Transtejo/Soflusa referiu, e tendo em conta a permanente monitorização do número de passageiros que viajam, em cada uma das ligações fluviais, que tem vindo a registar “uma baixa procura”.

No entanto, nas últimas semanas, a empresa identificou “tendências de crescimento estável da procura (infelizmente, ainda que insuficiente para perfazer os 2/3 de lotação legalmente previstos) e avançou já com a reposição dos horários habituais de três das suas cinco ligações fluviais, na esperança de, através do aumento da oferta, poder potenciar o aumento da procura”.

Desta forma, repôs as ligações fluviais do Montijo e do Seixal, desde o dia 6 de maio e ligação fluvial de Cacilhas, a partir do dia 1 de junho. Já a partir de segunda-feira irá acontecer o mesmo com a ligação fluvial do Barreiro.

Já a ligação fluvial Trafaria – Porto Brandão – Belém manterá, por agora e de acordo com a empresa, a oferta praticada desde 23 de março, uma vez que a mesma “continua a dar resposta, com folga confortável, ao nível de procura registada”, mesmo nos horários de ponta da manhã e da tarde, cumprindo com o limite de passageiros transportados em cada viagem (2/3 da lotação do navio).

Apesar de a procura apresentar uma “quebra na ordem dos 70%-80%, face a período homólogo de 2019, o cenário de normalidade na prestação do serviço, a atenção e o rigor das equipas da Transtejo/Soflusa e do apoio das autoridades de segurança, a contenção de aglomerados de pessoas e o cumprimento de todas as condições de viagem, tem de ser uma obrigação conjunta, dos passageiros e da empresa”, indicou a responsável pelo transporte fluvial em Lisboa.

Portugal regista esta sexta-feira 1.465 mortes relacionadas com a Covid-19, mais 10 do que na quinta-feira, e 33.969 infetados, mais 377, segundo o boletim epidemiológico divulgado pela Direção-Geral da Saúde

O país entrou no dia 3 de maio em situação de calamidade devido à pandemia, prolongado até 14 de junho, depois de três períodos consecutivos em estado de emergência, de 19 de março a 2 de maio.

Esta fase de combate à Covid-19 prevê o confinamento obrigatório apenas para pessoas doentes e em vigilância ativa e o uso obrigatório de máscaras ou viseiras em transportes públicos, serviços de atendimento ao público, escolas e estabelecimentos comerciais.