Apesar da pandemia, a União Europeia continua desagradada com o rumo que sociedade está a tomar, pelo menos no que respeita às emissões de CO2, o que, segundo ela, conduz a um incremento do aquecimento global.

A batalha dos legisladores em Bruxelas em favor do ambiente foi total e não apenas centrada na redução das emissões dos veículos. A produção de energia eléctrica será cada vez mais conseguida sem recurso ao nuclear e ao carvão, em termos imediatos, para gradualmente a energia gerada a partir de fontes renováveis substituir aquela que é produzida a partir da queima de combustíveis fósseis. Mas serão os automóveis a ter de absorver uma parte considerável do esforço.

As metas para 2020, 2025 e 2030 obrigaram os fabricantes a investir fortemente em veículos eléctricos e electrificados, uma vez que a média de CO2 da gama, em 2020, deverá rondar os 95g, com os deslizes a levarem a multas multimilionárias. Não faltou quem pensasse que, com a pandemia, Bruxelas faria “vista grossa” aos objectivos impostos, mas não parece ser essa a estratégia da União Europeia. E, para quem tiver dúvidas, basta ver que, após o anúncio da passada quarta-feira, que em 2018 a média de CO2 na Europa e no Reino Unido subiu mais 2g, atingindo agora as 120,8g de CO2/km, Bruxelas apressou-se a alertar os construtores que é fundamental respeitar os objectivos.

Apesar de as vendas terem caído mais de 80%, em alguns casos, durante o período de confinamento, a mensagem enviada pela União Europeia aos fabricantes foi “a redução de 27% das emissões de dióxido de carbono, face aos valores de 2018, é fundamental”. Mesmo admitindo que a troca de modelos com motor a gasóleo ou outros com mecânicas a gasolina (que emitem mais carbono) são em parte responsáveis pelo incremento, Bruxelas quer que os construtores se esforcem um pouco mais, para absorver essa diferença. Com os investimentos avultados que isso implica.

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