Destacados republicanos estão a ponderar se apoiam o recandidato Donald Trump nas presidenciais de novembro ou se se mantém em silêncio até lá ou ainda se transferem o seu apoio para o concorrente democrata, Joe Biden, ex-vice presidente de Barack Obama na Casa Branca. O ex-presidente Geroge W. Bush e Mitt Romney, que enfrentou Obama em 2012 pelos republicanos, já terão mesmo decidido, de acordo com o New York Times, não apoiar Trump.

O jornal refere que os dois republicanos não apoiarão Trump na tentativa de reeleição como presidente do Estados Unidos. E nos bastidores desta corrida, há ainda republicanos que podem optar por votar em Biden para travar as intenções do atual presidente, tendo como gota de água final para esta decisão a reação de Trump aos tumultos no país depois da morte de George Floyd — o homem negro que foi asfixiado por um polícia reacendendo de forma muito expressiva a contestação anti-racismo.

Cindy Mccain, viúva de John McCain, por exemplo, está inclinada a apoiar Biden, com o jornal a referir que o facto de ter um dos seus filhos a candidatar-se ao Senado está a fazê-la ponderar o quanto torna público este apoio — uma indecisão semelhante à que está a passar pela cabeça de muitos republicanos a cinco meses das eleições americanas. Alguns ex-líderes republicanos, como Paul Ryan e John Boehner mantêm-se em silêncio sobre o seu futuro voto. E o jornal reporta muitas vozes no interior do partido a defenderem que nem se importariam com a vitória de Biden, desde que o partido mantivesse a maioria no Senado.

Muitos destes nomes, nomeadamente Bush e Romney, não apareceram a apoiar Trump em 2016, mas a manutenção desta posição com um candidato que é o presidente em funções tem outra carga política.

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Colin Powell vota em Biden e diz que Trump “mente”

O ex-secretário de Estado dos EUA Colin Powell, do Partido Republicano, também anunciou este domingo o seu apoio público ao candidato democrata, Joe Biden, nas eleições presidenciais norte-americanas de novembro deste ano, ao mesmo tempo que acusou Trump de mentir.

Numa entrevista à CNN, Powell afirmou que Donald Trump se “afastou” da Constituição e que representa um perigo para a democracia norte-americana. “Não posso, de maneira nenhuma, apoiar o Presidente Trump este ano”, disse Powell, que serviu como secretário de Estado dos EUA entre 2001 e 2005, sob a presidência de Goerge W. Bush.

Questionado sobre se irá votar em Joe Biden, respondeu positivamente. “Vou votar nele”, afirmou na entrevista, sublinhando que está “próximo” de Biden em assuntos sociais e políticos.

“O Partido Republicano e o Presidente pensavam que eram imunes, podiam dizer o que quisessem. Mais problemático: o Congresso limita-se a ficar sentado, sem resistir, de nenhuma forma, ao que o Presidente está a fazer”, disse Powell.

“A palavra que tenho de usar no que diz respeito ao que este partido tem feito nos últimos anos é uma palavra que nunca teria usado antes e nunca teria usado para nenhum dos outros quatro Presidentes para quem trabalhei: ele mente!”, acrescentou o ex-secretário de Estado. “Ele mente sobre as coisas. E safa-se, porque as pessoas não o responsabilizam. Temos de o vigiar.”

Powell aproveitou também a entrevista para apelar ao voto em Biden. “Temos um Congresso, temos um Supremo Tribunal. Mas, acima de tudo, temos as pessoas dos EUA, os que votam. Os que votam para o pôr lá e os que o votam para o tirar de lá”, disse, antes de confirmar que votará no democrata.