A assembleia municipal da cidade norte-americana de Minneapolis, no estado do Minnesota, deverá aprovar o desmantelamento do departamento de polícia da cidade. A confirmação surge duas semanas depois de quatro agentes daquele corpo policial terem sido acusados de matar o cidadão afro-americano George Floyd, homicídio que espoletou uma onda de protestos contra o racismo e a violência policial orientada contra os negros em todo o mundo, incluindo em Portugal.
Este domingo, nove dos doze membros da assembleia municipal — ou seja, uma maioria que não pode ser revertida por um eventual veto do presidente da autarquia — confirmaram a sua intenção de fazer aprovar o fim do financiamento àquele departamento policial com vista ao desmantelamento do corpo policial e ao investimento numa política de segurança liderada pela comunidade.
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Em declarações citadas pela CNN, a presidente da assembleia municipal de Minneapolis, Lisa Bender, confirmou que nove elementos daquele organismo vão votar a favor do desmantelamento do departamento de polícia, desviando as verbas para outras necessidades. Seguir-se-á uma discussão sobre como concretizar a substituição do corpo policial por outro tipo de instituição. “A ideia de não haver nenhum departamento de polícia não será no curto prazo“, avisou.
Esta semana, vários membros da assembleia municipal já tinham divulgado, através do Twitter, a sua intenção de desmantelar o corpo policial da cidade. “Sim. Vamos desmantelar o Departamento de Polícia de Minneapolis e substitui-lo por um novo e transformador modelo de segurança pública“, escreveu Lisa Bender.
Antes, outro elemento da assembleia tinha publicado uma mensagem semelhante. “Vamos desmantelar o Departamento de Polícia de Minneapolis. E, quando o fizermos, não vamos simplesmente voltar a colá-lo. Vamos repensar radicalmente a forma como abordamos a segurança pública e as respostas de emergência“, afirmou Jeremiah Ellison.
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Quem é contra esta solução é o presidente da câmara de Minneapolis, Jacob Frey, que na noite de sábado foi vaiado num protesto anti-racismo na cidade depois de ter recusado apoiar a ideia de cancelar o financiamento do departamento de polícia e desmantelar o organismo.
A onda de protestos contra o racismo e a violência policial foi motivada pela morte de George Floyd, um cidadão afro-americano de 46 anos que foi detido pela polícia de Minneapolis por ter, alegadamente, usado uma nota falsa para pagar num estabelecimento. Floyd foi imobilizado por quatro agentes da polícia e morreu depois de um dos agentes ter pressionado o pescoço do homem com um joelho durante mais de oito minutos.
