O governo da Alemanha deu esta segunda-feira o seu apoio aos protestos contra o racismo, mas apelou aos manifestantes que respeitem o distanciamento social para prevenir a propagação do novo coronavírus.

Pelo menos 15 mil pessoas manifestaram-se no sábado em Berlim e 25 mil em Munique, além de vários outros milhares em Hamburgo (norte), Frankfurt (oeste), Dresden (leste) e Düsseldorf (oeste), contra a discriminação, o racismo e a violência policial, no âmbito dos protestos globais pela morte de George Floyd. Na maioria dos protestos, os manifestantes não estavam a 1,5 metros de distância uns dos outros, regra imposta pelas autoridades para as concentrações para combater a pandemia associada à Covid-19.

O porta-voz da chanceler Angela Merkel, Steffen Seibert, disse hoje que “é bom que as pessoas saiam à rua, também na Alemanha, numa clara posição contra o racismo”.

Mas as imagens que vimos em alguns casos ao longo do fim de semana não foram boas. As duas coisas devem ser possíveis: manifestar-se pacificamente, que é um direito fundamental, e manter as regras” de distanciamento social, acrescentou.

Sem o respeito dessas regras, advertiu, os manifestantes “criam um grande risco para si próprios e para os outros”, afirmou, apelando aos organizadores das manifestações que “tomem medidas” para assegurar o cumprimento.

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O ministro da Saúde, Jens Spahn, afirmou também que “o combate ao racismo exige o total compromisso” de todos, mas afirmou-se preocupado com as imagens dos protestos do fim de semana. Devem manter-se as normas de “distância física e uso de máscara”, frisou o ministro.

A Alemanha é o quinto país da Europa com mais casos de infeção pelo novo coronavírus – depois da Rússia, Reino Unido, Espanha e Itália -, mas regista uma taxa de mortalidade mais baixa que esses países, segundo a Organização Mundial de Saúde (OMS). Dos 184.193 casos de infeção registados até agora, mais de 169 mil doentes recuperaram e 8.674 morreram, segundo números oficiais desta segunda-feira.

A pandemia de Covid-19 já provocou mais de 403 mil mortos e infetou mais de sete milhões de pessoas em 196 países e territórios, segundo o balanço feito pela agência francesa AFP. A doença é transmitida por um novo coronavírus detetado no final de dezembro, em Wuhan, uma cidade do centro da China.

George Floyd, um afro-americano de 46 anos, morreu em 25 de maio, em Minneapolis (Minnesota), depois de um polícia branco lhe ter pressionado o pescoço com um joelho durante cerca de oito minutos numa operação de detenção, apesar de Floyd dizer que não conseguia respirar.

Desde a divulgação das imagens nas redes sociais, têm-se sucedido protestos contra a violência policial e o racismo em centenas de cidades nos Estados Unidos e em todo o mundo.