A União Europeia (UE) incentivou esta terça-feira a Líbia e os líderes internacionais a interromperem “imediatamente e de forma eficaz” todas as operações militares naquele país e a estabelecerem “construtivamente” as negociações para um cessar-fogo.

Numa declaração conjunta, o alto-representante da EU para a Política Externa, Josep Borrell, e dos ministros dos Negócios Estrangeiros de França, Jean-Yves Le Drian, da Alemanha, Heiko Maas, e de Itália, Luigi Di Maio, lembraram os “compromissos construtivos” para interromper os combates e retomar o diálogo para alcançar um cessar-fogo.

Este compromisso foi alcançado no Cairo, Egipto, em 6 de junho, no âmbito da Comissão Militar responsável por definir as condições de um cessar-fogo e monitorizar a sua implementação, apelidada de 5+5.

Estes esforços devem levar todas as partes a concordar rapidamente num acordo de cessar-fogo (…) incluindo a retirada de todas as forças estrangeiras, mercenárias e equipamentos militares fornecidos em violação ao embargo de armas da ONU em todas as regiões da Líbia”, destaca o comunicado.

A nota apela ainda à necessidade de promover “construtivamente em todas as vertentes” o diálogo dentro da Líbia liderado pela ONU, para “preparar o caminho para um acordo político abrangente”, tal como foi acordado em janeiro, numa conferência em Berlim.

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O Presidente do Egito, Abdel Fattah el-Sissi, lançou em 6 de junho no Cairo uma iniciativa unilateral para acabar com a guerra civil na Líbia e preparar o caminho para a realização de eleições livres no país.

O plano – que teve a anuência do comandante das forças rivais do governo de acordo nacional (GAN), o marechal Khalifa Haftar, que sofreu duras perdas nas últimas semanas – contemplava um cessar-fogo a iniciar segunda-feira e a formação de um conselho presidencial no qual as três regiões da Líbia estariam representadas, que deveria governar durante um período de transição de um ano e meio, seguido de eleições.

A Líbia mergulhou no caos após a queda do regime de Muammar Kadhafi em 2011.

Desde abril de 2019, centenas de pessoas, incluindo numerosos civis, foram mortos nos combates da ofensiva a Tripoli e cerca de 200.000 foram obrigados a fugir.