O antigo juiz federal nomeado para analisar a moção que dispensa o antigo conselheiro presidencial Michael Flynn de acusações criminais, defendeu que o pedido pode ser negado por “evidências claras de abuso grave do poder”, foi divulgado esta quarta-feira.

Segundo John Gleeson, citado pela Associated Press (AP), “o Governo envolveu-se numa conduta altamente irregular para beneficiar um aliado político do presidente”. O Departamento de Justiça decidiu, no início de maio, arquivar o processo criminal contra o antigo conselheiro de segurança nacional do Presidente Trump, Michael Flynn, que se declarou culpado por ter mentido ao FBI, durante as investigações sobre a interferência russa nas eleições presidenciais dos EUA, em 2016.

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A decisão de arquivamento do processo, por parte do Departamento de Justiça, deitou por terra o trabalho do procurador-especial Robert Mueller, que tinha acusado Flynn de mentir ao FBI sobre o caso que envolvia um alegado caso de ligação de Trump ao Governo russo. A decisão final sobre a moção do Departamento de Justiça caberá ao juiz distrital Emmet Sullivan, que nomeou Gleeson, ou a um tribunal de justiça.

Flynn declarou-se culpado por ter mentido ao FBI e tornou-se um dos principais colaboradores do procurador Mueller, que investigava a interferência russa nas eleições presidenciais de 2016.

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Nos documentos judiciais do processo arquivado, o Departamento de Justiça disse que retirava o caso “após uma análise ponderada de todos os factos e circunstâncias do caso, incluindo informações agora conhecidas”.

O Departamento de Justiça do Governo de Trump concluiu que as declarações de Flynn ao FBI aconteceram numa investigação que “não se justificava”, numa crítica direta à agência federal de investigação criminal.

O arquivamento provocou críticas da oposição democrata, que acusou o procurador-geral, William Barr, de estar ao serviço dos interesses do Presidente Donald Trump.