Os representantes dos trabalhadores das indústrias de papel e cartão acusam a associação do setor (ANIPC) de usar a pandemia para recuar na sua proposta de aumento salarial de 35 euros em 2020 e prometem ir para a luta.

A Federação dos Sindicatos das Indústrias Metalúrgicas, Elétricas, Químicas e Metalomecânicas (Fiequimetal)emitiu um comunicado em que acusa a Associação Nacional dos Industriais de Papel e Cartão (ANIPC) de se recusar a negociar qualquer atualização salarial para 2020, recuando na proposta que apresentou em março aos sindicados na qual apontava para um aumento de mais 35 euros para todos os trabalhadores.

Na base do recuo da ANIPC, refere a Fiequimetal, está a atual situação pandémica, argumento que esta federação sindical considera “inaceitável”, já que a covid-19 não interrompeu a atividade das empresas do setor.

“Esta é uma situação de todo inaceitável, desde logo pelo facto de as empresas do setor não terem interrompido a sua atividade em momento algum, tendo inclusivamente muitas delas aumentado a procura dos seus produtos como é o caso das que produzem papel Tissue”, sublinha o comunicado da Fiequimetal.

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Igualmente inaceitável, acentua a federação sindical, é a intenção manifestada pela ANIPC de apenas pretender negociar a atualização dos salários para 2021.

“Para alterar a decisão da ANIPC, não resta alternativa que não seja a luta nos locais de trabalho, pelo aumento dos salários, mas também pelos direitos e por condições de saúde e segurança no trabalho”, avisa a Fiequimetal que agendou para 22 a 26 de junho uma semana nacional de luta.

A posição transmitida pela ANIPC levou também o secretariado da Fiequimetal a solicitar a intervenção da Direção-Geral de Emprego e Relações do Trabalho (DGERT).