O Conselho de Administração da TAP reúne-se na próxima segunda-feira, 15 de junho, com quatro sindicatos representativos dos trabalhadores da empresa, numa altura em que se discute a injeção de 1,2 mil milhões de euros.

Em declarações à Lusa, o secretário-geral do Sitava (Sindicato dos Trabalhadores da Aviação e Aeroportos), José Sousa, adiantou que além desta estrutura estarão presentes no encontro o Sindicato Nacional do Pessoal de Voo da Aviação Civil (SNPVAC), o Sindicato dos Técnicos de Manutenção da Aeronaves (Sitema) e o Sindicato Nacional dos Engenheiros e Engenheiros Técnicos (SNEET).

Os trabalhadores irão debater a situação da companhia, que está parada desde o início da pandemia de Covid-19, estando a acompanhar as negociações para a injeção de 1,2 mil milhões de euros na transportadora aérea, que já foi aprovada pela Comissão Europeia.

Questionado sobre uma possível redução de dimensão da TAP no âmbito do processo, José Sousa disse que “o que parece é que a haver redimensionamento, vai resultar mais de ajustamento de mercado devido à crise de Covid-19 do que de qualquer tentativa de reduzir o tamanho da companhia” por obrigação de Bruxelas.

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Segundo o dirigente sindical, mesmo com a aquisição de frota, a empresa fica com a dimensão adequada porque “alguns dos [aviões] antigos seriam abatidos”.

Quando à mão-de-obra, o Sitava acredita que “qualquer dimensionamento da empresa se fará através do controlo da contratação a termo e não por despedimentos”, admitindo num entanto que estes trabalhadores, numa situação mais precária, sejam chamados à medida que o negócio volta a crescer.

“Esperamos que o Governo assuma e cumpra o compromisso para manter a TAP na atual dimensão”, apelou José Sousa.

O Sitava acredita que deve ser concedido um “empréstimo de emergência” à companhia aérea, seguido de uma recapitalização, “que, segundo o Governo, deve ser acompanhada pelos privados da Atlantic Gateway [acionistas da TAP]”.

Caso isso não aconteça, “haverá uma recomposição de capital”, com o Estado a aumentar posição, acredita o líder sindical.

Na quarta-feira, o ministro das Infraestruturas e Habitação, Pedro Nuno Santos, disse que a TAP pode ter atualmente uma dimensão superior àquela de que vai necessitar nos próximos anos, sendo esta uma das condições da Comissão Europeia para aprovar apoio.

“Nós podemos ter neste momento uma empresa com uma dimensão superior àquela que são as necessidades nos próximos anos. Isto é uma condição da Comissão Europeia”, disse o governante, numa conferência de imprensa, em Lisboa, depois do anúncio da aprovação de Bruxelas a um apoio estatal à TAP no valor máximo de 1,2 mil milhões de euros.

No entanto, o governante disse julgar ser possível apresentar à Comissão Europeia “um bom caso” que não tenha como consequência uma “restruturação excessiva da TAP”.