Portugal vai na quarta-feira aos mercados emitir dívida num montante até 1.250 milhões de euros, com maturidades de três e onze meses, segundo informação esta sexta-feira divulgada pelo IGCP – Agência da Gestão da Tesouraria e da Dívida Pública.

“O IGCP, E.P.E. vai realizar no próximo dia 17 de junho pelas 10h30 horas dois leilões das linhas de BT [Bilhetes do Tesouro] com maturidades em 18 de setembro de 2020 e 21 de maio de 2021, com um montante indicativo global entre EUR 1.000 milhões e EUR 1.250 milhões”, pode ler-se na nota esta sexta-feira enviada às redações pela entidade que gere a dívida pública portuguesa.

No último leilão diretamente comparável com o de quarta-feira, com maturidades de seis e onze meses, que decorreu em abril, Portugal financiou-se a juros mais altos do que no leilão precedente (fevereiro), e abaixo do montante máximo anunciado, em plena agitação nos mercados provocada pela pandemia de Covid-19.

Em 15 de abril, segundo a página do IGCP na agência Bloomberg, a 11 meses foram colocados 840 milhões de euros em BT à taxa de juro média de 0,038%, positiva e superior à registada em 19 de fevereiro, quando foram colocados 950 milhões de euros a -0,484%.

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A três meses foram colocados, à data, 410 milhões de euros em BT à taxa média de -0,009%, negativa, mas superior à verificada em 19 de fevereiro, quando foram colocados 300 milhões de euros a -0,500%.

Já no último leilão de Bilhetes do Tesouro, com maturidades de seis e doze meses, realizado em 20 de maio, o Estado arrecadou 750 milhões de euros com uma taxa de -0,411% na emissão a seis meses, e mil milhões de euros com uma taxa de -0,351%, no leilão a doze meses, ambos a taxas mais baixas do que nos leilões anteriores.

Segundo Orçamento do Estado Suplementar apresentado na terça-feira, o Governo vai poder aumentar este ano o endividamento líquido global direto até aos 20 mil milhões de euros, o que corresponde ao dobro do previsto na Lei do Orçamento do Estado aprovada em fevereiro.

Em 31 de março, devido à pandemia de Covid-19, o IGCP deu conta que “o financiamento líquido resultante da emissão de Bilhetes de Tesouro (BT) registará um acréscimo de 1,3 mil milhões de euros (projeção inicial) para 3,1 mil milhões de euros”.

“O IGCP atualizará o programa financiamento sempre que tal se justifique em função dos desenvolvimentos”, podia também ler-se no documento divulgado em março, podendo também “introduzir ajustamentos às presentes linhas de atuação”.

Para além dos aumentos nos BT, o IGCP anunciou que iria reforçar em 250 milhões de euros cada leilão de médio e longo prazo em 2020 (Obrigações do Tesouro), acelerando a execução dos financiamentos.