Só quatro concelhos portugueses — Lisboa, Sintra, Loures e Amadora — concentram mais de 60% das infeções por coronavírus detetadas ao longo desta sexta-feira pelas autoridades de saúde.

A conclusão pode ser tirada a partir do boletim da Direção-Geral da Saúde publicado este sábado, que dá conta de mais 283 infeções e mais sete mortes registadas ao longo do último dia. O boletim confirma ainda a tendência de que é na região de Lisboa e Vale do Tejo, onde estão 76% (três quartos) dos novos infetados, que o foco de contágios é mais preocupante. Ao todo, há já registo de 1.512 mortes e 36.463 casos confirmados de infeção desde a chegada da pandemia a Portugal.

Apesar de alguns concelhos no país terem registado subidas acentuadas no número de infeções ao longo de esta sexta-feira — foi o caso, por exemplo, de Odivelas, onde foram detetados 19 novos casos, ou Vila Franca de Xira, onde foram encontrados 25 —, é nestes quatros concelhos da região de Lisboa e Vale do Tejo que o número de infeções reportadas nas últimas 24 horas é igual ou superior a quatro dezenas. Em Lisboa foram contabilizados mais 49 casos, em Sintra 47, em Loures 41 e na Amadora 39.

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Região Centro com aumento de 0,6%. Alentejo com mais quatro casos

Se em Lisboa e Vale do Tejo foram detetadas 215 das novas 283 infeções reportadas, os tais 76% e que equivalem a um aumento percentual de 1,5% face ao número de casos anteriormente detetados (quase o dobro do valor médio de aumento no país no mesmo período: 0,8%), também nas regiões Centro e Sul houve subidas.

No Centro, foram validados mais 22 casos confirmados de infeção ao longo do último dia, o que equivale a um aumento percentual de 0,6%. Já no Norte, região mais afetada pela pandemia do que o Centro, foram detetados 42 casos, um número maior em termos absolutos, mas um crescimento relativo mais marginal (0,2%), dado o maior número de casos previamente confirmados.

Também no Alentejo houve registo de mais casos confirmados de infeção: desde março havia registo de 277 casos e só esta sexta-feira foram confirmados mais quatro, o que equivale a um crescimento percentual de 1,4%. Em sentido contrário, não há registo de novas infeções detetadas no Sul, nos Açores e na Madeira.

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Mais uma morte com Covid-19 no Alentejo, a segunda desde março

Das sete pessoas que morreram infetadas com o novo coronavírus em Portugal esta sexta-feira, cinco (mais de dois terços) estavam na região de Lisboa e Vale do Tejo.

Na região Norte foi contabilizado um óbito — tal como no Alentejo, onde só tinha morrido uma pessoa desde o início do surto. Passam assim a ser duas as vítimas mortais no Alentejo desde a chegada da pandemia a Portugal, em março. A primeira morte tinha sido registada há mais de um mês.

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Taxa de letalidade começa a disparar a partir dos 60 anos

Das mais sete vítimas mortais reportadas nas últimas horas, cinco homens e duas mulheres, três tinham menos de 70 anos, mas só uma tinha menos de 60 anos, refere o boletim publicado esta sexta-feira pela Direção-Geral da Saúde.

Assim, uma das vítimas mortais tinha entre 50 e 59 anos, duas tinham entre 60 e 69 anos, outras duas tinham entre 70 e 79 e as restantes duas tinham mais de 80 anos.

Das 1.512 mortes registadas no país desde o início do surto, 1.018 (67%) tinham 80 anos ou mais e 87% tinham 70 anos ou mais.

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A taxa de letalidade para infetados com 60 a 69 anos cifra-se atualmente nos 3,5%, sendo significativamente inferior em faixas etárias anteriores, como a dos 50 aos 59 anos (0,8%) e a dos 40 aos 49 anos (0,3%).

Na faixa etária dos 30 aos 39 anos a taxa de letalidade é de 0,02% (morreu uma pessoa desde o início do surto) e na faixa etária dos 20 aos 29 anos é de 0,04% (morreram duas pessoas desde o início do surto). Não há vítimas mortais em Portugal com menos de 20 anos.

Já nas faixas etárias consideradas de maior risco, a taxa de letalidade dispara. Se, como já referido, para pessoas com 60 a 69 anos cifra-se atualmente nos 3,5%, em infetados com 70 a 79 anos é de 10,5% e em infetados com 80 anos ou mais é de mais de 20% (21,4%), o que significa que morre um em cada cinco infetados com 80 anos ou mais.

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Dos 283 novos infetados, 71% tem menos de 60 anos

Já relativamente à idade dos novos infetados, as faixas etárias onde foram detetados mais casos novos de infeção confirmada foram as de 40 aos 49 anos (mais 62 infeções), 20 aos 29 anos (mais 58 casos), 30 aos 39 anos (42 casos) e 50 a 59 anos (39) — todas elas faixas etárias que não são consideradas de especial risco, exceto em caso de problemas de saúde associados. Ou seja, 71% das novas infeções foram detetadas em pessoas com menos de 60 anos.

Já nas faixas etárias mais sensíveis, detetaram-se 27 casos novos no país em pessoas com 60 a 69 anos, 15 casos novos em pessoas com 70 a 79 anos e 26 casos novos em pessoas com mais de 80 anos.

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Mais recuperados, menos internados e mais quatro pessoas em UCI

O número de recuperados no país cresceu 1,1% esta sexta-feira. Ao todo, foram dadas como recuperadas mais 238 pessoas, elevando-se assim o número de infetados com alta para 22.438. A taxa de mortalidade (percentagem de infetados que morreram) é agora de 4,16%

Já o número de pessoas internadas por Covid-19 em Portugal desceu face ao período homólogo: eram 440, passaram a 428, ou seja menos 12, uma diminuição de 2,7%. Em sentido contrário, o número de pessoas internadas em unidades de cuidados intensivos aumentou: entre entradas e saídas (por óbito ou recuperação), há mais quatro face à véspera, estando agora um total de 77 pessoas em UCI.