O autor confesso do ataque antissemita que atingiu uma sinagoga e matou duas pessoas na Alemanha, em outubro, será julgado a partir de 21 de julho, acusado de assassínios, disse esta segunda-feira o tribunal.

Stephan Balliet, um extremista de direita, com 27 anos na altura do crime, é acusado de “cometer um ataque, em 9 de outubro de 2019, contra cidadãos da fé judaica com motivação antissemita, racista e xenofóbica”, segundo um comunicado à imprensa do Supremo Tribunal Regional de Naumburg.

Balliet também será julgado por assassínio e “tentativa de assassínio de 98 pessoas no total” e incitação ao ódio racial, nas sessões programadas para durarem até meados de outubro.

O ataque em Halle, no leste do país, no dia de Yom Kipur, o maior feriado religioso judaico, chocou profundamente a Alemanha e despertou a memória do nazismo, num país cuja comunidade judaica aumentou desde a queda do Muro de Berlim, em 1989, mas que tem enfrentado um ressurgimento de atos antissemitas.

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O réu forçou a entrada numa sinagoga, onde 52 fiéis estavam a rezar, “com cargas explosivas e armas de fogo”, afirmou o comunicado.

Perante a resistência dos fiéis, Balliet é acusado de ter matado um transeunte e um homem que estava num bar frequentado principalmente por imigrantes.

“Apesar do fracasso da sua tentativa de entrar na sinagoga”, o acusado “decidiu matar pessoas de origem estrangeira em outros lugares”, segundo a acusação.

Na época dos eventos, a acusação considerou que o réu queria “cometer um massacre” dentro da comunidade judaica.

O assalto à sinagoga foi filmado por Stephan Balliet e foi transmitido em direto, por 35 minutos, numa plataforma na Internet.

Stephan Balliet foi detido quando procurava fugir, tendo sido colocado em prisão preventiva de onde tentou recentemente fugir.