A Agência Internacional da Energia (AIE) prevê uma forte recuperação da procura de petróleo no próximo ano, mas que esta estará limitada pelas dificuldades no setor da aviação, foi esta terça-feira anunciado.

Nas primeiras previsões para 2021, a AIE prevê um salto sem precedentes de 5,7 milhões de barris por dia da procura mundial em relação a 2020, um ano marcado pela pandemia da Covid-19.

No entanto, com 97,4 milhões de barris por dia, a procura mundial continuaria 2,4 milhões de barris por dia abaixo do nível de 2019, “principalmente devido à atual fraca procura de combustível para reatores e querosene”, estima a AIE no seu relatório mensal sobre o petróleo.

O setor da aviação enfrenta uma crise existencial” e a sua procura de produtos petrolíferos “vai continuar sob pressão muito para além deste ano, mesmo que se preveja a recuperação de outros combustíveis para os níveis anteriores à Covid-19”, afirma a AIE.

Para 2020, a AIE está hoje um pouco menos pessimista na sua avaliação dos efeitos da pandemia, já que espera que a procura caia em 8,1 milhões de barris por dia, uma queda histórica, mas que é cerca de 500 mil barris por dia menor do que a sua última estimativa publicada em maio.

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A AIE regista uma rápida recuperação da procura da China, em março e abril, e da Índia, em maio.

Do lado da oferta, a Organização dos Países Exportadores de Petróleo (OPEP) e os seus aliados cortaram a produção para travar a queda dos preços.

“Embora o mercado petrolífero continue frágil, a recente e modesta recuperação dos preços do petróleo sugere que o primeiro semestre de 2020 está a terminar com uma nota mais otimista”, afirmou a AIE. “Se as tendências recentes da produção se mantiverem e a procura recuperar, o mercado estará mais estável no final do segundo semestre do ano. No entanto, as enormes incertezas não devem ser subestimadas”, conclui.