Mais de dois terços dos novos casos confirmados de infeção pelo novo coronavírus concentram-se em cinco concelhos da Grande Lisboa: Sintra, Loures, Amadora, Odivelas e o próprio concelho lisboeta. Por essa razão, é na região de Lisboa e Vale do Tejo que, mais uma vez, nas últimas 24 horas, se registaram mais de três quartos das novas infeções.

Este é um dos destaques do boletim divulgado pela Direção-Geral de Saúde (DGS), que se reporta às 24 horas até à meia-noite desta terça-feira. Um boletim que dá conta de mais duas mortes associadas à pandemia.

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Mais “recuperados” do que novos casos

Houve 300 novas infeções confirmadas nestas 24 horas, elevando o total até ao momento para 37.336 casos. É um aumento percentual de cerca de 0,8%, ligeiramente abaixo dos 0,9% da véspera, quando tinha havido 346 novos diagnósticos.

Mais numerosa é a contabilização dos casos que a DGS considera “recuperados”, que aumentaram em 360 para 23.212. É a primeira vez desde o dia 10 de junho que houve mais recuperados registados do que novas infeções confirmadas em 24 horas.

Há, porém, a registar mais duas mortes, ambas na região de Lisboa e Vale do Tejo – uma mulher na casa dos 60 anos e um homem na casa dos 70 anos. É uma taxa de letalidade – entre confirmações e óbitos – que volta a baixar, agora para 4,08%.

Até ao momento, 1.315 das 1.522 mortes ocorreram nas faixas etárias acima dos 70 anos, ou seja, 86% do total de óbitos ocorreram em pessoas nessas idades mais avançadas.

Mantêm-se as duas mortes na casa dos 20 anos, uma na faixa etária dos 30, 17 na casa dos 40 anos, 49 com entre 50 e 59 anos e 137 na casa dos 60 anos.

Lisboa e Vale do Tejo com quase 80% dos novos casos

Em linha com a tendência das últimas semanas, que é parcialmente explicada pelas autoridades pelo esforço “agressivo” de testagem, quase 80% dos novos casos situam-se na região de Lisboa e Vale do Tejo.

São 236 das 300 novas confirmações, onde sobram os 44 casos no norte (mais do que o dobro da véspera), 12 no centro e oito no Algarve.

Voltam a concentrar-se nos cinco concelhos mais problemáticos, a nível nacional, os maiores números: 49 novos casos em Sintra, 45 casos em Loures, 42 em Lisboa, 37 na Amadora e 31 em Odivelas.

São, portanto, 204 dos 300 novos casos confirmados concentrados nesses cinco concelhos. Isto segundo a tabela por concelhos, divulgada no boletim, que as autoridades de saúde têm sublinhado ter números “indicativos” sobre onde estão os maiores focos de propagação.

Menor número de doentes em cuidados intensivos em cinco dias

Além dos indicadores positivos sobre o número de recuperados, o boletim inclui também a informação sobre uma descida de oito no número de pessoas hospitalizadas com Covid-19.

Eram à meia-noite 423 pessoas internadas, 71 das quais em cuidados intensivos – menos duas do que na véspera e o número mais baixo desde 11 de junho.

Havia, à meia-noite, 1.316 pessoas à espera de resultado laboratorial, com 30.810 contactos em vigilância pelas autoridades de saúde.

38% dos doentes sentem tosse e 29% têm febre

Tosse e febre continuam a ser os principais sintomas. Os sintomas apresentados entre os casos de testes positivos (com informação respeitante a 91% desses casos) mantêm-se praticamente inalterados em relação aos últimos dias, com maior preponderância de tosse (38%) e febre (29%), seguidas de dores musculares (21%) e cefaleias (20%).

Fraqueza generalizada (15%) e dificuldades respiratórias (11%) são os sintomas com menor taxa de incidência.

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