As execuções federais serão retomadas a 13 de julho nos Estados Unidos, pondo fim de um período de 17 anos em que estiveram interrompidas, anunciou o ministro da Justiça norte-americano.

Bill Barr tinha anunciado há cerca de um ano a sua intenção de retomar as execuções de pessoas condenadas à pena de morte pelos tribunais federais- Estavam previstas cinco execuções por injeção letal para os meses de dezembro de 2019 e janeiro deste ano na penitenciária de Terre-Haute, no Indiana.

À última da hora, a justiça americana concordou em adiar as execuções dos condenados, depois de os seus advogados terem manifestado dúvidas sobre a legalidade do protocolo usado para os matar.

Um tribunal de recurso finalmente acabou por validar o uso de pentobarbital e o responsável pela justiça (Republicano) ordenou que fossem fixadas novas datas para as execuções dos quatro condenados. “Devemo-lo às vítimas dos seus crimes horríveis”, justificou Bill Barr em comunicado.

Assim, o departamento das prisões marcou as execuções para o intervalo de tempo entre 13 de julho e 28 de agosto.

O primeiro a ser executado deveria ser Daniel Lewis Lee, um militante do movimento da Supremacia Branca condenado em 1999 à pena de morte por ter assassinado um casal e a sua filha de oito anos.

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Há meses, a mãe de uma das vítimas, Earlene Peterson, implorou ao presidente Trump para que concedesse clemência ao condenado. “Não vejo como é que a execução de Daniel Lee poderia honrar a minha filha, pelo contrário. Ela não teria querido isto”, indicou a mulher, que está contra a pena de morte por convicção religiosa.

Donald Trump não deu seguimento a este pedido. Trump, que vai disputar a sua reeleição em novembro, tem vindo a reclamar o uso da pena de morte, sobretudo para quem assassine polícias ou para traficantes de droga.

Segundo as sondagens, o apoio dos americanos à pena de morte tem vindo a diminuir. Atualmente não é mais do que 54% a percentagem de americanos que apoia as execuções, contra os cerca de 80 ou 90% no início dos anos 1990.

Apenas um punhado de estados, sobretudo no sul conservador, ainda aplicam a pena de morte. 22 pessoas foram executadas em 2019.

A maioria dos casos é julgada ao nível estatal, mas os tribunais federais podem ser chamados a decidir sobre os casos mais graves (atentados, crimes racistas…) ou cometidos dentro de bases militares ou em reservas índias.

Nos últimos 45 anos apenas três pessoas foram executadas nos Estados Unidos a nível federal, entre eles Timothy McVeigh, responsável pelo atentado de Oklahoma City (168 mortos em 1995), no ano de 2001. A última execuções federal foi em 2003.