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Faltou a Zé ser Luis inteiro em vez de ser só Zé Luís (a crónica do Desp. Aves-FC Porto)

Este artigo tem mais de 3 anos

Zé Luís falhou um penálti, Luis Díaz foi o principal inconformado. No fim, um FC Porto com quatro mudanças, sem Danilo e sem Marega no onze, empatou com o Desp. Aves e pode ser igualado pelo Benfica.

O avançado cabo-verdiano desperdiçou uma grande penalidade ainda na primeira parte
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O avançado cabo-verdiano desperdiçou uma grande penalidade ainda na primeira parte

LUSA

O avançado cabo-verdiano desperdiçou uma grande penalidade ainda na primeira parte

LUSA

Na semana passada, depois da vitória pela margem mínima conquistada no Dragão frente ao Marítimo, Sérgio Conceição dedicou longos minutos da conferência de imprensa para falar sobre algo que pouco tinha que ver com o resultado positivo, com o regresso à liderança ou com os dois pontos de vantagem para o Benfica. Sérgio Conceição dedicou longos minutos da conferência de imprensa para falar de Fábio Vieira, o médio de 20 anos que tinha acabado de se estrear na equipa principal do FC Porto e que se tornou o sétimo vencedor da Youth League a entrar em campo com os grandes.

“O Fábio Vieira entrou, está há muitos meses a trabalhar connosco, não é nenhum prémio por nada. Tem qualidade. Não se pode pedir que, de um momento para o outro, um jogador da formação tenha de jogar imediatamente. Em vez de estar a lançar um jovem de forma consistente estamos a tirar-lhe confiança. Hoje estavam muitos deles no banco e são muitos com qualidade. Num futuro muito próximo podem ser uma mais-valia. Estou esperançado de que num futuro muito próximo a base da equipa do FC Porto possa ser da formação. Não por dificuldade financeira, mas por qualidade”, garantiu o treinador dos dragões, sublinhando que não lança jovens jogadores para “parecer bem”. Ideia que, para que não restassem dúvidas, realçou esta segunda-feira, na antevisão da visita ao Desp. Aves.

Ficha de jogo

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Desp. Aves-FC Porto, 0-0

27.ª jornada da Primeira Liga

Estádio do Clube Desportivo das Aves, na Vila das Aves

Árbitro: Carlos Xistra (AF Castelo Branco)

Desp. Aves: Fábio Szymonek, Buatu, Diakhité (Bruno Lourenço, 90+2′), Bruno Morais, Yamga, Estrela, Falcão, Banjaqui (Rúben Oliveira, 64′), Afonso Figueiredo (Rúben Macedo, 73′), Pedro Soares (Varela, 73′), Mohammadi

Suplentes não utilizados: Aflalo, Pedro Delgado, Tshibola, Mato Milos

Treinador: Nuno Manta Santos

FC Porto: Marchesín, Tomás Esteves (Marega, 59′), Pepe, Mbemba, Diogo Leite, Corona, Uribe (Soares, 76′), Sérgio Oliveira, Luis Díaz, Otávio (Aboubakar, 88′), Zé Luís (Vítor Ferreira, 76′)

Suplentes não utilizados: Diogo Costa, Romário Baró, Danilo, Fábio Vieira, João Mário

Treinador: Sérgio Conceição

Golos: nada a registar

Ação disciplinar: cartão amarelo a Yamga (16′), a Fábio (19′), a Mbemba (24′), a Mohammadi (32′), a Uribe (61′), a Falcão (72′), a Pepe (80′), a Buatu (83′), a Varela (90+4′)

“Temos de olhar de forma séria para o que é uma fornada de jogadores importante e de qualidade que o FC Porto tem. É uma das formas de os clubes potenciarem a sua formação, esses jogadores, para serem mais-valias. Estavam no banco, treinam diariamente connosco, têm qualidade para isso, fazem parte do plantel. Visto que agora podemos alargar as opções no banco de suplentes, fico contente”, atirou Sérgio Conceição, defendendo a posição de que a possibilidade de efetuar cinco substituições e ter nove suplentes no banco representa novas oportunidades para os elementos provenientes da formação. E porque não há duas sem três, o treinador dos dragões decidiu voltar a reafirmar a opinião esta terça-feira — sem palavras e apenas com o onze inicial que entrava em campo contra o Desp. Aves.

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Com Alex Telles e Wilson Manafá ambos castigados, Conceição resistiu à opção mais previsível de fazer Corona recuar no terreno e deu a titularidade a Diogo Leite na esquerda da defesa e a Tomás Esteves no lado contrário — sendo que este último, com apenas 18 anos, fazia a estreia no Campeonato e logo a titular. Mas as surpresas não ficavam por aí. Danilo e Marega começavam no banco de suplentes, abrindo espaço às entradas de Uribe e Otávio (que voltava de castigo diretamente para o onze), e Zé Luís mantinha a titularidade face a Soares, depois de ter roubado o lugar ao brasileiro entre a visita ao Famalicão e a receção ao Marítimo. O objetivo final era simples: ganhar ao Desp. Aves, o último classificado e quase certo despromovido à Segunda Liga, e cavar um provisório fosso de cinco pontos para o Benfica, que esta quarta-feira vai a Vila do Conde defrontar o Rio Ave.

Entre a aposta na juventude e uma eventual poupança de alguns jogadores, face ao facto de o adversário ser o último classificado e de estarmos a atravessar uma espécie de pré-época no que toca à disponibilidade física, o FC Porto entrou na partida com uma postura natural de querer assumir os desígnios do jogo. O primeiro quarto de hora trouxe uma equipa de Sérgio Conceição com muita posse de bola, principalmente na zona central: num movimento que tem sido ensaiado nos últimos dois jogos, a incursão prioritária dos dragões era variar do miolo para a ala esquerda, onde a profundidade de Luis Díaz era explorada e a capacidade do colombiano de ir do corredor para dentro era potenciada.

Ainda assim, o Desp. Aves ia tendo o mérito de manter o FC Porto o mais afastado possível da baliza de Fábio. A linha defensiva de cinco da equipa de Nuno Manta Santos tentava recuar apenas o necessário, mantendo-se numa zona média do próprio meio-campo com especial atenção às alas e às subidas de Luis Díaz na esquerda e Corona na direita. O primeiro lance verdadeiramente perigoso da partida, aliás, surgiu por intermédio dos avenses, com uma transição rápida pela direita que culminou num passe atrasado para a grande área e num remate prensado de Pedro Soares (13′).

A grande ocasião da primeira parte apareceu pouco depois de estarem cumpridos 20 minutos de jogo. Num lance de ataque do FC Porto, Fábio saiu de entre os postes para discutir uma bola aérea com Otávio e Carlos Xistra assinalou iode imediato grande penalidade do guarda-redes sobre o brasileiro. O lance foi confirmado pelo VAR mas, na conversão, Zé Luís permitiu a defesa de Fábio e desperdiçou o penálti — que foi já o quarto que o FC Porto falhou esta época na Liga. O Desp. Aves apoiou-se na igualdade reconfirmada para empurrar um pouco a pressão adversária e libertar-se para terrenos mais avançados, ainda que essa fase tenha durado pouco. Depois de alguns minutos de pouco discernimento e clarividência de ambas as partes, o FC Porto voltou a carregar nos últimos instantes da primeira parte, com Zé Luís a atirar à malha lateral depois de isolado por Corona (38′) e Pepe a cabecear ao lado na sequência de um canto (45+1′).

Na ida para o intervalo, ainda sem golos, o Desp. Aves tinha o mérito de ir mantendo o FC Porto algo afastado da baliza de Fábio, com uma linha defensiva que se recusava a recuar demasiado e empurrava os dragões para uma zona mais intermédia. Do lado da equipa de Sérgio Conceição, existia a ideia de que era necessário trocar Sérgio Oliveira e Uribe: se o médio português era um dos mais interventivos na toada ofensiva e na criação de lances, o colombiano somava vários passes errados e estava com alguma dificuldade em ligar o meio-campo e o ataque. Oliveira, mais recuado, parecia fazer mais falta no apoio a Zé Luís e nas proximidades de Otávio, enquanto que Uribe, como já se sabe, é competente numa posição mais defensiva.

[Carregue nas imagens para ver alguns dos melhores momentos do Desp. Aves-FC Porto:]

Depois de uma primeira parte em que foi claramente superior em todos os pontos — remates, ataques, posse de bola e bolas paradas — mas não soube transformar esse controlo em muitas oportunidades ou golos, o FC Porto voltou com maior intensidade para o segundo tempo. Tomás Esteves mantinha-se bastante adiantado do lado direito, com Otávio a ocupar por vezes os terrenos do lateral para que o jovem de 18 anos pudesse subir e apoiar Corona no ataque, e Sérgio Oliveira surgia finalmente em zonas mais próximas da grande área. Foi o médio português o primeiro a ameaçar a baliza de Fábio, com um remate forte que passou por cima (47′), e foi também o médio português que criou o lance em que Luis Díaz permitiu a defesa do guarda-redes avense depois de atirar na diagonal (48′).

Os dragões continuavam a privilegiar o lado esquerdo para atacar — Otávio aparecia muito bem nas costas de Luis Díaz e resguardava-se em espaços interiores para dar a ala ao colombiano, garantido nas costas por Diogo Leite — mas mantinham o desperdício, com remates fracos e algo displicentes já no interior da grande área. Ao passar da hora de jogo, sem grandes alterações na dinâmica da partida, Sérgio Conceição trocou Tomás Esteves por Marega e fez Corona recuar para a lateral da defesa, passando o maliano para o ataque (ainda que a substituição do jovem português tenha estado relacionada com um toque no tornozelo de que se queixou quando chegou ao banco).

A saída de Tomás Esteves fez com que o jogo do FC Porto deixasse, pura e simplesmente, de passar pelo lado direito. O fluxo ofensivo dos dragões, que anulou por completo o Desp. Aves durante toda a segunda parte, passou unicamente pela ala esquerda, onde Luis Díaz era o principal inconformado da equipa e surgia várias vezes em zonas de finalização. O adiantar do relógio levou Sérgio Oliveira novamente para zonas mais recuadas, com Otávio a ocupar espaços mais adiantados, e o FC Porto lançou-se em repetidos lances de ataque nos últimos dez minutos, ainda que sem grandes oportunidades ou reais ocasiões de golo.

Até ao fim, os dragões tiveram um fluxo ofensivo muito elevado mas com poucas ocasiões verdadeiramente perigosas, à exceção de um cabeceamento de Marega para uma boa defesa de Fábio já nos descontos (90+6′). Sérgio Conceição fez quatro alterações no onze, lançou dois jovens para a titularidade — que foram dos melhores da equipa — mas retirou criatividade e impulso ao meio-campo ao trocar Danilo por Uribe, já que Sérgio Oliveira esteve sempre muito preso e mais recuado e raramente se ofereceu ao ataque. Como resultado, o FC Porto empatou sem golos em casa do último, somou o segundo jogo sem ganhar em três possíveis e pode ser igualado pelo Benfica na liderança já esta quarta-feira, em caso de vitória do Benfica em Vila do Conde.

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