Está confirmado: Portugal vai receber a Final Eight da Liga dos Campeões de 2020 entre 12 e 23 de agosto, com o Estádio da Luz e o Estádio José Alvalade como palcos dos sete encontros decisivos da prova esta temporada.

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“A Federação Portuguesa de Futebol, através do Fernando Gomes e do Tiago Craveiro, foi a primeira a vir falar connosco. Disseram-nos que estavam em contacto permanente com o Governo e que nos podiam ajudar facilmente, que estavam prontos para organizar uma das competições. Eles mostraram essa capacidade de nos ajudar e nós, no fim, decidimos que Portugal receberia a fase final da Liga dos Campeões. Estamos em contacto sobretudo com a Federação Portuguesa de Futebol, que está em contacto com as autoridades nacionais. Até agora está tudo bem. Não há razão para ter um plano B, para já. Mas acompanhamos a situação. Não semana a semana, mas dia a dia, e estamos preparados para adaptar se for possível”, explicou Aleksander Ceferin, presidente da UEFA, em conferência de imprensa após o anúncio da decisão para a Champions de 2020.

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“Receber os jogos decisivos da edição 2019/20 da Liga dos Campeões no nosso País é um acontecimento de um valor extraordinário para Portugal. Os jogos serão vistos por centenas de milhões de pessoas, contribuindo para sublinhar e reforçar a imagem positiva que Portugal deu ao Mundo durante um período que tem sido particularmente difícil e exigente para todos. Em grande parte, digo-o com orgulho, receber estes jogos da Champions só é possível pelo comportamento que os portugueses têm tido – e precisam de continuar a ter – no combate sem tréguas à pandemia Covid-19″, destacou Fernando Gomes, presidente da Federação.

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“Mais do que confiar na FPF, a UEFA demonstrou que confia nos portugueses. No Governo, na federação, nos clubes, nas pessoas. De facto, ao longo das últimas semanas, as pessoas do futebol têm trabalhado em enorme proximidade com as autoridades de saúde. Isso deu-nos o conhecimento e a capacidade para lidar com a organização de jogos neste tempo especial que vivemos. Na Seleção Nacional, na Cidade do Futebol, há muito que aprendemos que nada se consegue sozinho. Esta é mais uma demonstração. Portugal dispõe de boas infraestruturas, uma experiência acumulada na organização de grandes eventos internacionais e capacidade de construir equipas de trabalho de excelência. O apoio dos clubes portugueses, que registo e agradeço, na cedência dos seus estádios e centros de estágios, além da disponibilidade de colaborar a todos os níveis da organização, foi essencial e viabilizou a opção pelo nosso País”, acrescentou, numa mensagem onde agradeceu ainda ao Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, e ao primeiro-ministro, António Costa.

“Todo o país deve sentir-se muito feliz, sobretudo muito orgulhoso, porque esta escolha resulta não do acaso, mas de um trabalho eficiente e de muita dedicação. A escolha anunciada hoje pela UEFA reconhece ao país uma capacidade organizadora, à qual se acrescenta, no contexto de pandemia, a segurança sanitária”, destacou, em declarações à agência Lusa, João Paulo Rebelo, secretário de Estado da Juventude e do Desporto, ressalvando ainda a cooperação que existiu entre várias entidades. “A própria estratégia de retoma das competições nacionais, que foi bem sucedida, deu um claro sinal à UEFA de que Portugal estava em condições de receber com segurança todos os que possam estar envolvidos na competição”, completou o representante do governo.

“Lisboa foi a cidade escolhida para acolher a fase final da liga dos campeões, a maior competição desportiva deste verão, desta vez num formato inédito e exigente. A escolha da UEFA é fruto do reconhecimento da nossa cidade e da sua capacidade de organização de grandes eventos. Esta escolha não seria possível sem o empenho incansável da Federação Portuguesa de Futebol e do Benfica e Sporting, cujos estádios servirão de palco aos jogos mais importantes do calendário mundial de clubes”, comentou também Fernando Medina, presidente da Câmara Municipal de Lisboa, através de uma mensagem colocada na conta oficial do Twitter.

“O Benfica congratula-se com a decisão da UEFA na escolha de Lisboa e de Portugal como sede da realização dos quartos de final, meias-finais e final da Champions League, que se realizará entre os dias 12 e 23 de agosto, no quadro das circunstâncias absolutamente extraordinárias que se vivem devido à crise pandémica mundial. É uma escolha que orgulha o futebol português e um meritório reconhecimento à capacidade de organização da Federação Portuguesa de Futebol (FPF) e à qualidade das infraestruturas existentes no nosso país para a realização de um evento com esta exigência, a começar pelos estádios que serão anfitriões desta fase final da Champions”, salientou Luís Filipe Vieira, presidente do Benfica, numa nota após o anúncio oficial da UEFA.

“Realçamos também o facto de o nosso Estádio da Luz voltar a ser palco de uma fase final europeia, o que constitui um reconhecimento das opções realizadas na valorização da infraestrutura e um enorme motivo de orgulho. Por último, de realçar que esta escolha é um reconhecimento a Portugal e aos portugueses, mas também uma manifestação de confiança e segurança na forma como todos, em comunidade, temos sabido responder a esta crise e assim minorar os seus impactos aos mais diversos níveis. Fez sentido tudo o que fizemos, faz todo o sentido continuar esse esforço. Por nós, por Portugal”, completou a nota do líder dos encarnados.

O Sporting não teve qualquer reação oficial (reservada para um momento posterior à cerimónia no Palácio de Belém com o Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa) mas Rúben Amorim, treinador dos leões, elogiou a decisão deixando um reparo. “Para nós é um orgulho receber a melhor prova de clubes da Europa mas aproveito para dizer que o empenho que aqui foi aplicado poderia ter sido utilizado para terminar o CNS [Campeonato de Seniores, terceiro escalão nacional]. Sei dos sacrifícios que as equipas fazem e era importante ter essa atenção. Mas é importante receber essas competições. É sinal de que Portugal tem valor na organização, que respondeu bem à pandemia e que vamos ter futebol espetáculo. É sempre bom”, defendeu o técnico.

“O Sporting congratula-se pela decisão da UEFA de Lisboa ser o palco da Final Eight desta edição da Champions League. É profundamente meritório o rasgo que a Federação Portuguesa de Futebol teve na antecipação, elaboração e convencimento da UEFA deste modelo competitivo. Sabemos também que foi fundamental para a decisão a forma como o país respondeu à maior crise mundial dos últimos 100 anos. O mérito desta vitória é de todos: Presidente da República, Primeiro-ministro e Governo, clubes, médicos, enfermeiros e técnicos de saúde e de todo o povo português pela responsabilidade cívica demonstrada”, frisaram os leões em comunicado.

“Esta é uma mensagem forte que o país passa ao mundo, onde Portugal se afirma pela sua competência e capacidade organizativa. Para o Sporting é um orgulho tremendo fazer parte e estar envolvido num processo que é e será importante para a afirmação da marca Sporting”, acrescentou a missiva.