A Cookoo – “The Kitchen Hub” faturou 300 mil euros até maio, quase o mesmo montante registado no total de 2019, impulsionada pela situação da Covid-19, que fez duplicar o volume de negócios mensal da startup devido à aposta na prevenção.

Em declarações à Lusa, Pedro Sanches, cofundador da plataforma de entregas de alimentos portuguesa, indicou que, em 2019, a empresa registou pouco mais de 300 mil euros de faturação, valor que já foi alcançado nos primeiros cinco meses deste ano, o que traduz uma duplicação do volume de negócios médio mensal, impulsionado pela situação da pandemia de Covid-19.

No início da pandemia ficámos logo alerta porque, em Madrid, [Espanha], as notícias que vinham da restauração eram assustadoras. O que nós fizemos foi antecipar e apostámos em medidas de higiene e segurança alimentar”, explicou o mesmo responsável.

Por outro lado, o facto da empresa controlar a cadeia desde a confeção à distribuição, permitindo a entrega simultânea de pratos dos diversos restaurantes que integram o hub, “trouxe mais confiança aos consumidores”. Assim, a pandemia acabou por “elevar a receita e a marca para um patamar superior”.

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Ao aumento da faturação associou-se também uma subida do número de clientes, que está, atualmente, a avançar a um ritmo de mais de 200 por semana ou de cerca de 1.000 por mês.

A empresa conta agora com um total de mais de 20 mil clientes, sendo que, desde janeiro, a taxa de repetição, ou seja, a percentagem de pessoas que voltou a recorrer a este serviços, ultrapassou os 45%.

Criado em maio de 2019, o hub, que está fixado no Alto dos Moinhos, em Lisboa, e que implicou um investimento de cerca de 300 mil euros, surgiu de uma parceria entre Pedro Sanches, que também se dedica ao imobiliário, com o seu primo Francisco Sanches que, na altura, estava a trabalhar na criação de um conceito de entrega de comida.

“Comecei a agarrar a ideia e transformei um bocadinho o conceito porque vi que havia pequenas empresas a prosperarem na entrega de monoprodutos, como sushi e frango”, afirmou.

A Pedro e Francisco Sanches, que não estavam ligados ao setor, juntou-se “alguém que percebe da poda” – o chef Manel Perestrelo, responsável pelo “Moço dos Croissants”.

Atualmente com cerca de 20 colaboradores, número que deverá aumentar em função dos restaurantes presentes no hub, a plataforma disponibiliza pratos de comida mexicana, sushi, pizza, hambúrgueres de peixe, comida portuguesa de conforto e transformou ainda dois conceitos – croquetes e produtos vegetarianos.

“Comprámos os croquetes da Croqueteria do Mercado da Ribeira e montámos uns menus confecionados por nós. Fizemos o mesmo com uma empresa da Nestlé, a Garden Gourmet, que tem produtos premium vegetarianos, que se vendem em congelado nas cadeias de retalho, e nós vendemos já confecionados”, explicou Pedro Sanches.

Conforme apontou, apesar de a Cookoo se afirmar como uma plataforma de entrega de comida ao domicílio não é concorrente de empresas como a Uber Eats, uma vez que alguns restaurantes do hub já estiveram e podem voltar a estar presentes noutras plataformas.

O objetivo da startup (empresa com rápido potencial de crescimento económico) passa agora por consolidar a marca na região de Lisboa, abrangendo todo o território, e por criar um novo hub de finalização, disse Pedro Sanches à Lusa, sem avançar mais detalhes.

Depois de a Europa ter sucedido à China como centro da pandemia em fevereiro, o continente americano é agora o que tem mais casos confirmados e mais mortes.

A doença é transmitida por um novo coronavírus detetado no final de dezembro, em Wuhan, uma cidade do centro da China.