O CDS quer que as agressões a agentes da autoridade passem a ser consideradas crime autónomo, com penas agravadas, “para que exista a perceção na sociedade de que um agente da autoridade é um representante do Estado, que age em nome da nossa segurança e que tem de ter o respeito por parte da nossa sociedade, e não ser visto como o adversário ou obstáculo ao exercício das nossas liberdades”.

Em entrevista conjunta ao Público e à Rádio Renascença, Francisco Rodrigues dos Santos demonstrou esta quinta-feira que a segurança continua a ser uma das áreas fundamentais para o partido — “Os nossos agentes de autoridade precisam de ter autoridade social e a confiança dos nossos concidadãos e não discursos de ódio como temos visto ultimamente” —, mas garantiu que não é a única. Outra das propostas atualmente em preparação, revelou, dizem respeito à comparticipação social de medicamentos para idosos carenciados.

Questionado sobre se considera Portugal um país racista, o líder do CDS optou pela negativa: “Portugal não é um país racista, mas é um país onde, isoladamente, acontecem casos de racismo”, garantiu. “Só uma profunda ignorância histórica sobre o papel de Portugal no mundo bem como das ligações de sangue a várias raças pode qualificar o nosso país como racista.”

Sobre potenciais alianças à direita e eventuais aproximações ao Chega, Francisco Rodrigues dos Santos, depois de assegurar que nenhuma opção estará, à partida, posta de lado, fez questão de salientar as diferenças entre a sua liderança e a de André Ventura — sem nunca chegar a nomeá-lo. “O CDS não diz que é a favor da exclusividade dos deputados, mas depois tem avenças, nos seus dirigentes ou no seu presidente, em estações de televisão ou em comentários de outra ordem. Não diz que é contra as subvenções vitalícias dos políticos e depois tem na sua direção pessoas que recebem essas subvenções. Não diz que um jogador de futebol não pode comentar assuntos políticos, mas um político já pode passar os seus dias a fazer comentários de futebol. Bem, nós não somos uma mixórdia de coisas que, no fundo, não significam nada de concreto para a vida do país”, declarou. “Nós não defendemos castrações químicas, prisões perpétuas nem penas de morte. Aqueles que procuram o CDS fora do CDS vão desiludir-se.”

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