A campanha de Donald Trump está a pretender obter um quarto debate com o seu presumível opositor democrático, Joe Biden, invocando a esperada subida da votação por correspondência no próximo inverno, devido à pandemia do novo coronavírus.

O diretor da campanha do candidato republicano, Brad Parscale, e o antigo “mayor” (autarca) de Nova Iorque, Rudy Giuliani, fizeram o pedido esta sexta-feira durante um contacto com o copresidente da Comissão dos Debates Presidenciais, uma entidade não partidária, Frank Fahrenkopf. A pretensão foi descrita por uma pessoa familiar com a conversa, mas que não está autorizada a falar do assunto em termos públicos.

Queremos debates justos”, disse Parscale. “Queremo-los mais cedo e com um calendário mais alargado. Também não os queremos em concorrência com jogos de futebol.

Esta nova posição dos republicanos marca um acentuado contraste com a que foi expressa em dezembro, quando Trump e Parscale chegaram a ameaçar não participar em qualquer debate com o seu opositor democrata.

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Por sua vez, a vice-diretora da campanha de Biden, Kate Bedingfield, afirmou: “Vamos colocar isto de forma simples: tal como todos os outros candidatos, democrático e republicano, desde 1992, vamos aparecer nos debates organizados pela Comissão dos Debates Presidenciais, nos locais que selecionarem, nas datas que selecionarem, com os formatos e moderadores que designarem — enquanto Donald Trump fizer o mesmo e não intimidar a Comissão com mudanças em práticas do passado”.

O primeiro dos três debates está marcado para 29 de setembro na University of Notre Dame. A pretensão da campanha de Trump solicitou um quarto debate, a realizar mais cedo, salientando que a votação por correspondência deve aumentar devido à pandemia e expressando preocupação com a possibilidade de alguns boletins — em particular, os dos votantes mais idosos, que estão em mais em risco com o novo coronavírus — poderem ser enviados antes do primeiro debate previsto.

A mudança ocorreu com o entendimento dos dirigentes da campanha de Trump de que Biden é o seu próprio pior adversário em situações públicas, a quem também criticam por fazer campanha “a partir da cave” durante a pandemia.