A Câmara da Póvoa de Varzim, no distrito do Porto, vai proibir arrais de S. Pedro na via pública, limitar os horários de estabelecimentos de restauração e interditar a frequência noturna das praias, anunciou esta sexta-feira a autarquia.

As medidas fazem parte de um extenso plano de segurança, para evitar aglomeração de pessoas e a propagação da Covid-19, que a autarquia poveira preparou para os dias 27, 28 e 29 junho, habitualmente dedicados aos festejos de S. Pedro, que costumam trazer a esta cidade balnear nortenha milhares de visitantes.

“A pandemia veio obrigar-nos a parar e a alterar drasticamente os nossos comportamentos individuais em prol de interesses coletivos e de um bem maior: a preservação da saúde de todos nós. Temos que dar o nosso melhor para evitar a tentação dos habituais festejos de rua do S. Pedro”, começou por dizer Aires Pereira, presidente da Câmara da Póvoa de Varzim.

Nesse sentido, o autarca determinou que entre as 19h de 27 de junho e as 10h de 29 junho estão proibidos, na via pública, festas, reuniões de amigos, jantares convívio e celebrações semelhantes às dos arraiais, assim como a colocação de sistemas de som, mesas, cadeiras e equipamentos de confeção de alimentos, nomeadamente grelhadores e fogareiros.

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Também não se podem realizar, nesses dias, concertos, demonstrações de momentos de dança e música, atuações de dj, e espetáculos de pirotecnia ou fogo-de-artifício, e a realização de fogueiras nas ruas.

A Câmara Municipal de Póvoa de Varzim também não irá instalar iluminação decorativa dos bairros típicos da cidade, nem permite a colocação dos tradicionais tronos em honra de S. Pedro.

Já os estabelecimentos de restauração no concelho estarão, nesses três dias, limitados em termos de horários, ficando definindo que cafés, pastelarias, padarias, lojas de conveniência, quiosques e outros estabelecimentos de atividade comercial similar, terão de encerrar às 19h, e continuar sem permanência de clientes no seu interior.

Já os restaurantes, assim como as suas esplanadas, terão de encerrar ao público a partir das 23h e não será permitida na cidade qualquer tipo de venda ambulante.

Serão, ainda, interditos os acessos e frequência noturna nas praias de todo o concelho, entre as 20h e as 8h, dos dias 27, 28 e 29 de junho, estando também vedada a circulação automóvel na marginal urbana, durante todo o dia.

Para o zelo de todas estas normas, a Câmara da Póvoa de Varzim mobilizou agentes da PSP, com um contingente reforçado, GNR, Polícia Marítima, Polícia Municipal e Proteção Civil.

Aires Pereira considerou que, este ano, será “um S. Pedro do desalento”, mas considerou as medidas “essências para preservar a saúde pública”.

“É um sentimento de grande tristeza para todos. Ninguém queria viver o S. Pedro desta forma inédita, nem é este o modelo que estávamos habituados. Mas é a força das circunstâncias em que estamos. Ainda nos últimos 15 dias percebemos que o vírus continua ativo e a progredir. Não podemos dar oportunidades para que a situação piore”, desabafou o presidente da Câmara.

O autarca explicou, ainda, que as associações dos bairros da cidade, que coorganizam as festas, perceberam a situação e “não vão convocar pessoas para manifestações públicas relacionadas com as festividades”, dando primazia a iniciativas através das “plataformas digitais”.

No âmbito das manifestações religiosas, foi cancelada a tradicional procissão, enquanto que a missa de S. Pedro irá decorrer, no dia 29 junho de manhã, na Igreja da Lapa, mas com acesso restrito e transmissão através da internet.