Atambaiev foi condenado por um tribunal em Bishkek a 11 anos e dois meses de prisão, bem como à perda de todos os seus títulos honorários e o arresto de casas e empresas sua propriedade.

O ex-Presidente quirguiz, de 63 anos, não estava presente durante o pronunciamento do veredicto, pois estaria doente. O político foi preso em agosto de 2019 durante uma abordagem espetacular da polícia à sua residência.

Num país que sofreu duas revoluções desde 2005 e frequentes surtos de violência étnica, Atambaiev é o terceiro chefe de Estado desde a independência, em 1991, a ter um final tumultuado de carreira.

Askar Akaiev (em 2005) e Kourmanbek Bakiev (em 2010) foram ambos forçados ao exílio. Atambayev foi acusado de facilitar a libertação em 2013 de Aziz Batoukaiev, um criminoso checheno detido no Quirguistão. Os investigadores descobriram que o atestado médico que autorizou a libertação do criminoso, alegando que sofria de cancro terminal, era falso.

Para Atambaiev, no poder de 2011 a 2017, os seus problemas legais foram orquestrados pelo seu sucessor, Sooronbai Jeenbekov, que se voltou contra ele.

Declarando-se inocente, o ex-Presidente recusou-se a comparecer ao início de seu julgamento, denunciando uma “encenação”, mas foi finalmente forçado a comparecer às audiências.

O Quirguistão, com maioria muçulmana, conhece um certo pluralismo político e é uma exceção na Ásia Central, uma região conhecida por seus líderes autoritários e apegada ao poder. Desde 2010, a Constituição quirguiz limita assim o exercício da Presidência a um único mandato.

No final do seu mandato em 2017, Almazbek Atambaiev conseguiu, ao preço de manobras políticas, impor a candidatura de Jeenbekov, que era então o seu ‘afilhado’, mas as relações entre ambos deterioraram-se rapidamente.

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