Os dados resultam de um inquérito da Câmara do Comércio e Indústria de Ponta Delgada/Associação Empresarial das Ilhas de S. Miguel e Santa Maria com o objetivo de conhecer a forma como se processou a retoma da atividade em Santa Maria, em maio, tendo em consideração que o levantamento das restrições relacionadas com a pandemia de Covid-19 ocorreu no início daquele mês.

As empresas marienses que responderam ao inquérito são micro (76,2%) e pequenas empresas (23,8%) com atividade maioritariamente no comércio (45,2%), no alojamento e restauração (21,4%) e nos serviços (16,7%). As perspetivas dos inquiridos para os próximos meses “são negativas ou muito negativas para 83,3%” e “positivas para 16,7%”, e “cerca de dois terços dos empresários marienses considera que a melhoria da atividade das suas empresas só vai ocorrer no verão de 2021”.

O estudo aponta ainda que 88,1% das empresas da ilha de Santa Maria recorreram a medidas de apoio – 29,6% dos empresários recorreu a linhas de crédito, ajuda logo seguida da medida de âmbito regional de apoio à manutenção de emprego e antecipação de liquidez (28,4%.). Recorreram ao ‘lay-off’ 17,3% das empresas, acrescenta o estudo da Câmara do Comércio e Indústria.

Relativamente a medidas de natureza pública que os empresários consideram necessárias para ajudar diretamente as empresas, “a sua pretensão primeira é a da transformação de créditos, total ou parcialmente, em apoio a fundo perdido, o que se conjuga com o facto de o recurso a linhas de crédito ter sido a principal opção para a maioria das empresas, o que significa um aumento do seu endividamento”.

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Em termos de medidas de caráter geral para apoiar a retoma da atividade económica em Santa Maria, 75% dos empresários consideram que “deve ser principalmente direcionada para as acessibilidades à ilha, para a redução das tarifas aéreas e para a sua promoção”.

Durante o período de restrições à atividade empresarial, “a maioria das empresas (57,1%) não utilizou meios digitais para efeitos de marketing”, alegando a “falta de recursos humanos e técnicos”, avança o inquérito.

Os Açores mantêm hoje um caso positivo ativo de infeção pelo novo coronavírus SARS-CoV-2, detetado no sábado na ilha Terceira, um homem de 24 anos, não residente nos Açores, que “desembarcou sexta-feira, 19 de junho, na região, proveniente de ligação aérea com o território continental”.

Desde o início do surto, registaram-se na região 148 casos de infeção, dos quais 130 pessoas recuperaram e 16 morreram. Um militar que foi diagnosticado nos Açores em 10 de junho regressou a Portugal continental.

A pandemia de covid-19 já provocou mais de 472 mil mortos e infetou mais de 9,1 milhões de pessoas em 196 países e territórios, segundo um balanço feito pela agência francesa AFP. Em Portugal, morreram 1.534 pessoas das 39.392 confirmadas como infetadas, de acordo com o boletim mais recente da Direção-Geral da Saúde.