A secretária de Estado do Turismo, Rita Marques, considerou esta terça-feira, durante uma intervenção num ‘webinar’, que “até ao final do ano” há condições para ter “muitos eventos e congressos” em Portugal. O evento, organizado pela Escola Superior de Hotelaria e Turismo do Estoril (ESTHE), reuniu a governante com vários dos seus antecessores na pasta.

Rita Marques adiantou que o segmento dos eventos e congressos foi alvo de “especial preocupação” no Plano de Estabilização Económica e Social (PEES), aprovado pelo Governo para responder este ano à crise provocada pela pandemia da covid-19.

“Estou convencida de que até ao final do ano teremos muitos eventos e congressos”, assegurou, recordando medidas fiscais, como a devolução aos organizadores de congressos, feiras, exposições, seminários, conferências e similares de um montante equivalente ao IVA, financiado pelo Turismo de Portugal, até seis milhões de euros, de acordo com o PEES.

A secretária de Estado realçou que o turismo “é um motor de criação de riqueza em Portugal”, destacando a importância da confiança e do cumprimento das regras sanitárias, o que, vincou, será “privilegiado pelos turistas” que visitem o país.

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Rita Marques apelou ainda aos operadores para serem flexíveis nas reservas, salientando que esta questão representará uma “proposta de valor” na sua atividade. A secretária de Estado defendeu também que “2021, se tudo correr como previsto, será um ano novamente de crescimento”.

Bernardo Trindade, antigo detentor da pasta do Turismo e administrador do grupo PortoBay, foi mais pessimista. “Só no final de 2021, início de 2022 é que acho que podemos ter níveis semelhantes [de turismo] aos que tínhamos antes”, referiu, durante o mesmo ‘webinar’.

Para o gestor, o ‘lay-off’ simplificado foi a medida mais importante para manter o emprego no setor. “Muitas vezes, para os empresários, a primeira medida é despedir”, reconheceu, salientando que esta medida ajudou as empresas e que no grupo PortoBay os últimos meses foram dedicados à formação.

Por sua vez, Adolfo Mesquita Nunes, que foi também secretário de Estado do Turismo, alertou para a imprevisibilidade do atual cenário. “Estamos num momento em que não sabemos de facto com o que é que podemos contar e é muito difícil, até para quem está no Governo, definir políticas públicas”, referiu, apelando à “preservação de um setor empresarial que é muito atomizado”.