A reconstrução do porto das Lajes das Flores, destruído na passagem do furação Lorenzo pelo arquipélago dos Açores em outubro de 2019, deverá arrancar no início de 2021, informou na terça-feira o Governo Regional.

O anúncio foi feito pelo secretário regional adjunto da Presidência para os Assuntos Parlamentares, Berto Messias, após a reunião do executivo com o Conselho de Ilha das Flores, integrada na visita estatutária do Governo dos Açores àquela ilha.

Berto Messias referiu que as obras deverão começar no início do próximo ano, uma vez que o executivo regional conta “lançar os procedimentos” para a reconstrução até “final do ano”.

“Está a decorrer o projeto de execução que terá prazo de entrega até final de setembro deste ano. Contamos, imediatamente a essa entrega, logo a seguir, até final do ano, lançar todos os procedimentos para entrar na fase seguinte de lançamento da obra grande no porto”, assinalou.

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Berto Messias ressalvou que a “construção física” do porto “terá de seguir um conjunto de procedimentos administrativos e financeiros”.

Está previsto a obra durar 48 meses, mas o secretário regional realçou de que se trata de uma intervenção de “grandes dimensões” numa zona “muito condicionada pelo estado do tempo”.

A passagem do furacão Lorenzo pelos Açores, em outubro de 2019, causou a destruição total do Porto das Lajes das Flores, o que colocou em risco o abastecimento ao grupo ocidental.

Durante a passagem do furacão, foram registadas 255 ocorrências e 53 pessoas tiveram de ser realojadas, tendo os prejuízos sido avaliados em cerca de 330 milhões de euros.

Outra das questões levantadas pelo Conselho de Ilha foi a pouca extensão da rede de fibra ótica nas Flores, que não abrange todas as freguesias, uma situação que o Governo Regional, liderado pelo socialista Vasco Cordeiro, considerou “inaceitável”.

O que terá de ser feito é pressionar com mais intensidade, digamos assim, o Governo da República, no caso Anacom [Autoridade Nacional de Comunicações], para que isso seja resolvido o mais depressa possível, porque de facto isto não é aceitável”, disse Berto Messias.

O Conselho de Ilha das Flores também destacou a necessidade de alterar o modelo de deslocações de doentes locais para ilhas com hospitais.

O executivo açoriano discorda da alteração, referindo que o número de deslocações a hospitais da região tem aumentado, tal como a deslocação de médicos especialistas à ilha.

“Julgo que o modelo funciona, é bom. Independentemente da ilha de referenciação, independentemente da ilha para onde vai o cidadão florentino, aquilo que tem de ser garantido, são os cuidados de saúde”, vincou.

O presidente do Conselho de Ilha, José Gabriel Eduardo, mostrou-se satisfeito com as posições avançadas pelo Governo, referindo existir uma “comunhão de opiniões”.

O Conselho de Ilha apresentou algumas reivindicações, tivemos a resposta a elas e saímos daqui com a esperança de que, apesar dos números avançados [sobre as deslocações de doentes], ainda há consciência de uma necessidade de melhoria”, apontou.

Depois de visitar o Corvo, o Governo dos Açores chegou na terça-feira à ilha das Flores, naquelas que são as primeiras visitas estatutárias desde que a Covid-19 foi declarada como pandemia.