Voltou aos golos seis jogos depois, numa seca que olhando apenas para o Campeonato já se prolongava desde um fatídico jogo em Guimarães que ficou marcado por insultos racistas por parte dos adeptos. Mas não ficou por aí: sofreu a falta de Dulanto na área que originou o golo de penálti de Alex Telles, fez o cruzamento cortado pelo braço pelo mesmo Dualanto na área que deu mais um golo de grande penalidade a Sérgio Oliveira e fechou as contas com o segundo bis da temporada na sequência de um fantástico passe do recém-entrado Fábio Vieira.

Marega fez a festa na noite de São João (e da Santa Clara) – a crónica do FC Porto-Boavista

Numa noite de São João que seria sempre diferente do que é habitual, Moussa Marega chamou a si o protagonismo daquela que foi a maior goleada de sempre no dérbi da Invicta frente ao Boavista e foi o MVP de um jogo de grande importância nas contas do título pelo contexto da derrota do Benfica com o Santa Clara na Luz. No final, até fogo de artifício houve mas Sérgio Conceição recusa qualquer foguete ou festa antecipada.

PUB • CONTINUE A LER A SEGUIR

“Era um jogo no qual tínhamos de ser mais competentes no processo ofensivo, concluir tudo o que estamos a criar. Comparando todos os dados depois da retoma, estamos superiores em tudo, só na finalização estávamos a pecar. Hoje fomos competentes, marcámos quatro golos, criámos mais quatro ou cinco oportunidades. Foi um bom jogo, principalmente na segunda parte. Penso que esta vitória é do grupo de trabalho”, começou por referir o técnico na zona de entrevistas rápidas da SportTV, antes de abordar também as mexidas com sucesso ao intervalo.

“Acho que era importante dar tranquilidade. E tranquilidade não é sinónimo de passividade. Sabia que se interpretássemos bem aquilo que falámos no balneário, para a segunda parte, íamos chegar ao golo. Era importante continuarmos consistentes defensivamente. É o terceiro jogo que não sofremos golo e mudei para a segunda parte. Os que entraram, não só os dois ao intervalo, mas também os outros, foram importantes na excelente segunda parte que fizemos. Desde que estou aqui, o espírito de grupo é fantástico. Hoje ficou demonstrado verdadeiramente que temos um grupo, onde quem está no banco está a torcer pelos companheiros, entra e dá um contributo positivo. Os que ficaram na bancada fizeram uma surpresa aos colegas, apareceram no hotel e isso é demonstrativo da solidariedade e no espírito de grupo”, destacou numa das chaves para o sucesso.

“Ninguém era uma besta e agora é bestial, há que ter alguma serenidade e perceber que vai ser um Campeonato duro até ao fim. Faltam seis jogos e estamos na luta, com vontade de atingir os nossos objetivos. Benfica? Temos de contar muito com o que somos como equipa, preparar os jogos percebendo o que o adversário poderá fazer. Temos de trabalhar o que controlamos, a nossa equipa. O estado de espírito é importante mas vai ser uma luta até ao fim”, concluiu Sérgio Conceição após uma partida que, algumas jornadas depois, coloca o líder do Campeonato a poder ter um deslize num jogo sem com isso perder o primeiro lugar da classificação.

– O FC Porto pode encomendar as faixas de campeão?
– “Oh, vai ser uma luta até ao fim”, respondeu depois na conferência de imprensa. “E um bom São João para todos, especialmente para os adeptos, sócios e simpatizantes do FC Porto, sempre com essa consciência social que é necessária por tudo aquilo que é o contexto em que vivemos”, rematou.