O jovem acusado de disparar à entrada da discoteca NB, no centro de Coimbra, em 2019, admitiu esta quinta-feira ser o autor dos disparos, mas negou que tenha tido intenção de matar os três seguranças do estabelecimento.

O jovem de 23 anos, preso preventivamente, é acusado de três crimes de homicídio qualificado na forma tentada, depois de ter disparado vários tiros (que não atingiram nenhum dos seguranças) na madrugada de 3 de outubro de 2019, à frente da discoteca NB, junto à sede da Diretoria do Centro da PJ.

Na primeira sessão de julgamento, o jovem admitiu que efetuou disparos e que estava embriagado, mas vincou que nunca teve intenção de tentar matar qualquer dos três seguranças que lhe barraram a entrada na discoteca.

O arguido salientou que um dos seguranças disse que apenas o deixava entrar se pagasse 500 euros – versão contrariada pelo ofendido – e assumiu que os insultou, mas que nunca lhes disse que os iria matar caso não entrasse no NB.

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Estava revoltado e o ato que cometi foi de revolta. Eu sabia que as portas eram blindadas e as portas já estavam todas fechadas quando efetuei os disparos. Jamais a minha intenção foi matar algum deles”, afirmou o arguido, referindo que está “extremamente arrependido”.

Porém, nas imagens divulgadas na sessão, a procuradora refere que a porta ainda estava aberta e os próprios seguranças afirmaram no Tribunal de Coimbra que, pelo menos no primeiro disparo contra a porta, esta ainda estaria aberta. O arguido disse ainda que andava com uma arma porque se sentia ameaçado, na altura dos factos.

Os três seguranças, ouvidos esta quinta-feira pelo coletivo de juízes, contrariam grande parte da versão dos factos do arguido, confirmando os três que o jovem ameaçou que os matava caso não o deixassem entrar.

Depois de um primeiro disparo para o ar, um dos seguranças disse que tinha “quase a certeza” que a porta da discoteca ainda estava aberta quando o arguido efetuou um disparo em direção a esta. Num segundo disparo contra a porta, esta já estaria fechada, salientou.

Segundo um dos seguranças, o arguido era conhecido por provocar desacatos na noite de Coimbra.

O jovem é acusado de três crimes de homicídio qualificado na forma tentada, três crimes de coação na forma tentada e um crime de detenção de arma proibida.