O indicador da confiança dos consumidores na Alemanha medido pela consultora alemã Gfk para julho melhorou “notavelmente”, apesar de se manter no terceiro nível mais baixo de sempre, foi esta quinta-feira anunciado.

Assim, a GfK (Society for Consumer Research) prevê para o indicador que mede a confiança dos consumidores um aumento de nove pontos, de 18,6 negativos em junho para 9,6 negativos em julho, que reflete que tanto as expectativas económicas e de rendimento, como a vontade de fazer compras, melhoraram notavelmente.

Mesmo assim, este é o terceiro pior resultado na história deste indicador, com base na opinião de quase 2.000 inquiridos, que no estudo de abril caiu para um mínimo de 23,1 pontos negativos, traduzindo uma queda sem precedentes na confiança dos consumidores.

Num comunicado esta quinta-feira divulgado, a consultora refere que a rápida reabertura da economia na Alemanha, após o encerramento parcial em meados de março, significa que os consumidores esquecem a cada dia que passa o primeiro impacto da chegada da Covid-19 ao país.

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“A luz fraca no final do túnel, que já era visível no mês passado, parece estar a clarear um pouco”, disse o especialista do GfK Rolf Bürkl.

O vasto apoio dos programas económicos e o anúncio de uma redução temporária do imposto sobre o valor acrescentado (IVA) contribuíram certamente para esta melhoria, sublinhou.

Desde que os distribuidores e fabricantes transmitam esta redução aos consumidores, pode-se assumir que algumas das compras serão feitas de preferência no segundo semestre de 2020, “o que servirá de pilar para o consumo este ano”, acrescentou. Mesmo assim, a situação continua difícil e frágil, adverte o consultor.

Tendo em conta o número recorde de trabalhadores ao abrigo do regime “Kurzarbeit” – em que o Estado assume temporariamente entre 60% e 87% do salário perdido para o trabalhador devido à redução do horário de trabalho – e o aumento do desemprego, a incerteza permanece elevada.

A Alemanha encontra-se numa grave recessão, na qual o medo de perder o emprego e rendimentos continua a ser o principal obstáculo ao consumo.

Os consumidores esperam que o pacote de ajuda abrangente permita à economia alemã recuperar mais rapidamente do que o que se temia.

No entanto, para que isto aconteça, os principais mercados da Alemanha, como os Estados Unidos, França, Itália e Espanha, devem também levantar a cabeça o mais rapidamente possível, mas são precisamente estes países que foram mais duramente atingidos pela pandemia, adverte o comunicado da consultora.