O governo norte-americano vai tomar uma série de ações para evitar a destruição dos monumentos nacionais, que Donald Trump considerou fazerem parte da herança cultural do país. Fontes ouvidas pela CNN revelaram que as medidas incluem o destacamento de US Marshals para protegerem estátuas e edifícios, que deverá acontecer antes do final desta semana.

Do mesmo modo, espera-se que Trump assine uma “ordem executiva forte” de proteção dos monumentos nos próximos dias. A iniciativa foi revelada pelo próprio Presidente na quarta-feira, altura em que Trump considerou que a recente onda de vandalismo e destruição de estátuas ligadas ao passado esclavagista norte-americano, associada aos protestos anti-racismo na sequência da morte de George Floyd, atingiu níveis extremos.

“Acho que muitas das pessoas que estão a derrubar estátuas não fazem sequer ideia de que estátua é, o que significa [ou] quem é”, afirmou o governante, dando como exemplo a destruição do busto de Ulysses S. Grant, general do exército da União e ex-Presidente dos Estados Unidos. “Agora estão a olhar para [estátuas] de jesus Cristo, George Washington, Abraham Lincoln, Thomas Jefferson. Não vai acontecer. Não vai acontecer enquanto aqui estiver”, declarou Donald Trump.

De acordo com a CNN, não existe a intenção generalizada de deitar a baixo estátuas de Jesus Cristo, mas alguns norte-americanos defenderam que a estátua de Lincoln no bairro de Capitol Hill, em Washington, devia ser retirada porque o Presidente norte-americano surge sobre um escravo libertado.

PUB • CONTINUE A LER A SEGUIR

As afirmações de Donald Trump relativamente às estátuas de Jesus parecem ter origem numa série de tweets do ativista Shaun King, que, a propósito da destruição de estátuas de figuras racistas da história norte-americana na sequência da morte de George Floyd, defendeu que representar Jesus como um “europeu branco” é uma “forma de supremacia branca”. Por essa razão, e em resposta a vários comentários, King admitiu que considerava que as estátuas “do branco europeu que dizem ser Jesus” também deviam ser retiradas.

“Na Bíblia, quando a família de Jesus se quis esconder e misturar-se com o resto da população, para onde é que eles foram? O Egito. Não a Dinamarca. Mandem-nas abaixo”, escreveu.