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Estiveram 11 Mathieus em campo mas Jovane continua a construir o próprio nome (a crónica do Belenenses SAD-Sporting)

Este artigo tem mais de 3 anos

O Sporting entrou em campo com 11 Mathieus mas Jovane continua a mostrar que quer ter nome próprio. Rúben Amorim continua invicto, leões vencem o terceiro jogo seguido e seguram o terceiro lugar.

O jovem avançado leonino já leva quatro golos nesta retoma
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O jovem avançado leonino já leva quatro golos nesta retoma

Gerardo Santos

O jovem avançado leonino já leva quatro golos nesta retoma

Gerardo Santos

A notícia chegou durante a tarde de quarta-feira e depressa se tornou o tema do dia. Mathieu, o central de 36 anos que chegou ao Sporting há três sem nunca ter vingado propriamente em lado nenhum, tinha sofrido uma lesão grave no joelho durante o treino. As primeiras indicações disseram que não voltaria a jogar esta época, as últimas indicações confirmaram que não voltaria a jogar nunca mais. De um momento para o outro, de um dia para o outro, o Sporting perdeu um dos centrais titulares e uma das referências da equipa.

Mathieu acabou a carreira e deixou os leões desprovidos da figura de maior experiência que tinham no balneário. O francês era o líder no relvado, o líder fora do relvado e o líder omnipresente que era um exemplo para todos. Apesar de nunca ter sido imprescindível em nenhum dos clubes por onde passou — Sochaux, Toulouse, Valencia e Barcelona –, chegou a Alvalade há três anos com títulos na bagagem e uma Liga dos Campeões no bolso. Ficou depois de um dos períodos mais conturbados da história do clube, ganhou uma Taça de Portugal depois de ter chorado quando perdeu a do ano anterior, conquistou duas Taças da Liga e ajudou Bruno Fernandes a tornar-se no jogador que tem mudado o paradigma de um gigante como o Manchester United. Terminou a carreira como ninguém merece, lesionado e durante uma época atípica, e esta sexta-feira já via a visita do Sporting ao Belenenses SAD num papel diferente.

Ficha de jogo

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Belenenses SAD-Sporting, 1-3

28.ª jornada da Primeira Liga

Cidade do Futebol, em Oeiras

Árbitro: Hélder Malheiro (AF Lisboa)

Belenenses SAD: Koffi, Phete, Nuno Coelho, Rúben Lima, Tiago Esgaio, André Santos (Nuno Pina, 61′), Show (Robinho, 79′), Nilton Varela, Licá (Dieguinho, 68′), Marco Matias, Cassierra (Keita, 68′)

Suplentes não utilizados: André Moreira, Calila, Ricardo Ferreira, Danny Henriques, Edi Semedo

Treinador: Petit

Sporting: Luís Maximiano, Eduardo Quaresma (Tiago Ilori, 67′), Coates, Borja, Ristovski (Rafael Camacho, 73′), Wendel (Battaglia, 87′), Matheus Nunes (Doumbia, 67′), Nuno Mendes, Gonzalo Plata, Sporar, Jovane Cabral (Francisco Geraldes, 45′)

Suplentes não utilizados: Renan, Luís Neto, Pedro Mendes, Joelson

Treinador: Rúben Amorim

Golos: Licá (9′), Coates (22′), Jovane (36′ e 45+2′)

Ação disciplinar: cartão amarelo a André Santos (21′), a Nilton Varela (34′), a Koffi (45+1′), a Dieguinho (84′)

Visita em que, além de tudo o resto, Rúben Amorim tinha precisamente de substituir Mathieu. Sem Luiz Phellype, Acuña e Vietto, todos indisponíveis por lesão, o treinador leonino voltou a apostar num onze muito jovem — como tem sido seu apanágio desde que chegou — mas decidiu oferecer uma injeção de experiência aos elementos com responsabilidades defensivas. Na ausência de Mathieu e com Coates como o único elemento nascido no século XX entre os restantes que foram titulares no último jogo, contra o Tondela (Eduardo Quaresma e Nuno Mendes têm ambos 18 anos, Rafael Camacho tem 20), Amorim lançou Borja e Ristovski para a titularidade, deixando Camacho no banco. Daí para a frente, o novo normal: Wendel e Matheus Nunes numa linha intermédia, Jovane e Plata mais perto das alas e Sporar como referência ofensiva.

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Na Cidade do Futebol e contra o Belenenses SAD, o Sporting encontrava uma equipa que vinha de uma derrota (contra o P. Ferreira) mas que está numa fase em que tem muito a ganhar e pouco a perder: com 30 pontos, seis de vantagem para a zona de despromoção e numa luta muito renhida com as restantes equipas que habitam aquela zona da tabela. Os leões, contudo, precisavam de ganhar para voltar a ultrapassar o Sp. Braga e regressar ao terceiro lugar, já que os minhotos tinham vencido o V. Guimarães na Pedreira e subido provisoriamente ao pódio da classificação.

O Belenenses SAD começou melhor e depressa se percebeu qual é que seria a estratégia da equipa de Petit: colocar uma pressão muito elevada sobre Wendel, a bússola do Sporting, e impedir que o médio brasileiro conseguisse oferecer linhas de passe à primeira fase de construção para depois conduzir até ao ataque. Nos primeiros cinco minutos de jogo, Show, o elemento que estava responsável pela marcação de Wendel, fez três recuperações de bola; quando Show estava mais adiantado, era Cassierra quem se ocupava do brasileiro, que raramente conseguia correr mais do que parcos metros com a bola controlada.

Era através desta pressão localizada e muito alta que o Belenenses SAD ia obrigando o Sporting a recuar e a cometer alguns erros na transição — transparecia até a ideia que a equipa de Petiti queria forçar Borja, elemento ‘menos’ do setor defensivo leonino, a assumir a saída de bola, para a que a probabilidade de uma recuperação em zonas mais adiantadas do terreno fosse mais elevada. Foi isso mesmo que acabou por acontecer no lance que abriu o marcador, ainda que a responsabilidade tenha estado associada a uma falta de comunicação entre Ristovski e Eduardo Quaresma. Show, novamente, recuperou na ala esquerda e cruzou para a grande área, onde Licá apareceu já em esforço e de primeira e encostar para o primeiro golo do jogo (9′).

Depois do golo sofrido, o Sporting procurou reagir e esticar-se no relvado mas encontrava sempre a organizada defesa do Belenenses SAD, que assim que recuperava a bola explorava a velocidade de Tiago Esgaio ou Rúben Lima nas alas através da profundidade. Apesar disso, os leões conseguiram chegar ao empate num lance de bola parada, por intermédio de Coates: pontapé de canto batido na direita e o central uruguaio, junto à marca de grande penalidade, aproveitou uma falha de marcação da equipa adversária para cabecear (22′). Coates, habitual parceiro de Mathieu no eixo da defesa leonina, aproveitou o golo marcado para correr até ao banco de suplentes e mostrar uma camisola do francês, em jeito de homenagem — homenagem essa que se juntava a que decorria desde o apito inicial, já que todos os jogadores tinham nas costas o nome do central que acabou a carreira esta semana ao invés do próprio nome.

Apanhado de surpresa pelo golo sofrido e pelo empate, o Belenenses SAD caiu em rendimento e ritmo e começou a permitir mais espaço ao Sporting, que na impossibilidade de avançar através de Wendel ou Matheus Nunes passou a explorar as incursões interiores de Plata ou a presença de Jovane no corredor. Os leões estavam a crescer na partida e acabaram por chegar rapidamente ao golo da vantagem e à reviravolta. Cruzamento largo de Ristovski na direita e Jovane, com todo o tempo do mundo e totalmente sozinho, lançou-se num bonito remate acrobático para voltar a marcar nesta retoma (36′). Licá ainda voltou a marcar, num lance que foi anulado por fora de jogo do avançado português (42′), mas a primeira parte não acabaria sem mais um golo de Jovane, que chegou aos quatro golos em três jogos e ao quarto golo nesta retoma. O jovem dos leões converteu uma grande penalidade (45+2′) — à segunda, já que Koffi defendeu a primeira tentativa mas estava adiantado quando o avançado rematou — depois de uma falta de Rúben Lima sobre Sporar e levou o Sporting a ganhar tranquilamente para o intervalo, depois de uma primeira parte exigente a nível físico e psicológico.

[Carregue nas imagens para ver alguns dos melhores momentos do Belenenses SAD-Sporting:]

Jovane Cabral ficou com algumas dificuldades físicas desde o salto acrobático do primeiro golo que marcou e acabou mesmo por ser substituído ao intervalo, entrando Francisco Geraldes. O médio português ofereceu uma maior estabilidade à construção leonina, já que se colocou em terrenos menos adiantados do que aqueles por onde andavam Jovane e serviu de apoio a Wendel, que passou a ter uma saída de emergência quando se via asfixiado.

A pressão do Belenenses SAD caiu drasticamente da primeira para a segunda parte, até porque o Sporting descobriu mecanismos para fugir à organização defensiva adversária, e a equipa de Rúben Amorim aproveitou para criar vários lances de perigo, desperdiçando o quarto golo diversas vezes: primeiro foi Francisco Geraldes, que permitiu uma boa defesa a Koffi (53′), depois Sporar, que atirou ao lado (63′), e ainda Coates, que ficou perto de bisar novamente de cabeça mas viu o guarda-redes dos azuis evitar o golo (63′). Pelo meio, Cassierra ainda provocou um calafrio a Max, com um cabeceamento que passou muito perto do poste (58′), mas o conjunto de Petit tinha muitas dificuldades em entrar no último terço do adversário e não deixava de passar a ideia de que estava a pagar a fatura da elevada intensidade do primeiro tempo.

Rúben Amorim só mexeu a cerca de 20 minutos do final, trocando Eduardo Quaresma e Matheus Nunes por Tiago Ilori e Doumbia, e o Sporting tentava implementar uma gestão progressiva e ativa na partida, controlando com bola. Nesta altura, Francisco Geraldes era mesmo o jogador mais importantes dos leões, oferecendo uma presença tranquila na construção e sendo uma voz ativa no ataque, arriscando inúmeros remates. Até ao fim, e face às múltiplas alterações efetuadas pelos dois treinadores, o jogo perdeu características e ficou algo partido, muito disputado na zona do meio-campo, sem que o Sporting perdesse um aparente controlo das situações.

Com uma exibição global positiva, assente na qualidade individual de Jovane na primeira parte e na ausência de erros de Nuno Mendes, Matheus Nunes e Francisco Geraldes na segunda, o Sporting chegou à terceira vitória consecutiva, ao quinto jogo seguido sem perder e segurou o terceiro lugar da Liga, voltando a ultrapassar o Sp. Braga. E num dia em que estiveram 11 Mathieus em campo, graças à homenagem dos leões ao central francês, Jovane não deixou de mostrar que continua a construir o próprio nome em letras maiúsculas: ainda que a lesão do jovem avançado tenha deixado os adeptos apreensivos, sendo agora necessário perceber se, depois de Luiz Phellype, Acuña e Vietto, Rúben Amorim vai perder o jogador que estava em melhor momento de forma.

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