Depois de duas semanas de investigação, chegou o resultado: idas aos ginásios com restrições aparentam não aumentar o risco de infeção, segundo um estudo feito na Noruega, país que tinha encerrado estes espaços em março mas quis saber se tal medida era realmente necessária.

“Pessoalmente acho que isso é generalizável, com uma ressalva”, disse ao The New York Times Michael Bretthauer, especialista em triagem oncológica da Universidade de Oslo que liderou o estudo juntamente com Mette Kalager. “Pode haver lugares onde há muito Covid, ou onde as pessoas estão menos inclinadas a seguir restrições”, adiantou.

O número de novos infetados na Noruega tem estado a reduzir e, a 22 de maio, os governantes do país decidiram começar este teste em cinco ginásios da cidade de Oslo. Ao todo, tinham 3.764 membros com idades entre 18 e 64 anos. Destes, pouco mais de metade (1.896), foram convidados a regressar.

Obviamente, havia restrições: tinham de lavar as mãos; manter o distanciamento social; podiam usar os balneários, mas não podiam usar as saunas nem chuveiros. Por fim, um pormenor importante: não lhes foi pedido que utilizassem máscara.

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Durante as duas semanas em que decorreu o estudo 79,5% dos participantes foi pelo menos uma vez ao ginásio: 38.4%  chegou a ir mais de seis vezes.”Foi fantástico voltar ao ginásio novamente após quase 11 semanas de confinamento. Suspeito que era mais arriscado visitar um centro comercial do que visitar o ginásio”, disse ao jornal Heide Tjom, uma arquiteta norueguesa de 54 anos que fez parte do estudo.

No período desta investigação, ao todo, houve 207 novos casos confirmados de Covid-19. No último dia, a 8 de junho, todos os participantes foram testados. Resultado: um novo caso, e foi de uma pessoa que não tinha ido ao ginásio. De acordo com os resultados preliminares, os resultados levam os responsáveis por este teste a afirmar que é relativamente seguro voltar aos ginásios em locais com poucos focos de infeção.

Se for num ambiente diferente, onde há uma prevalência substancialmente mais alta [de casos], não sabemos o que vai acontecer”, disse um investigador ao jornal.

Os responsáveis por esta investigação planeiam continuar a avançar com estudos para perceber que medidas têm realmente de ser implementadas nos ginásios, como o distanciamento social. Contudo, para já, ficaram satisfeitos com os resultados.