Os pedidos de ajuda à Rede Nacional de Apoio a Vítimas de Violência Doméstica (RNAVVD) duplicaram após o fim do período de confinamento, tendo sido feitos 4.500 atendimentos por quinzena, presencialmente e através de linhas de apoio, avançou o Jornal de Notícias esta sexta-feira. Segundo a APAV, entre março e maio as agressões físicas terão sido substituídas pela violência verbal, psicológica e sexual, “um tipo de violência mais silenciosa”.

“Tivemos um aumento muito grande, para o dobro da procura de ajuda na RNAVVD a partir do momento em que houve medidas de desconfinamento. Passámos de uma média de 2.500 atendimentos por quinzena para 4.500, o que significa que as pessoas já se sentem mais confiantes para procurar apoio e tomar decisões de rutura”, afirmou a secretária de Estado para a Cidadania e Igualdade, Rosa Monteiro, em declarações ao mesmo jornal.

“Cerca de 50% dos pedidos de ajuda foram feitos por terceiros. Isto é uma novidade”, explicou ao JN Daniel Cotrim, psicólogo da Associação Portuguesa de Apoio à Vítima (APAV)

Segundo a APAV, entre 30 de março e 7 de junho foram feitos quase 16 mil atendimentos pela RNAVVD, 698 pedidos de ajuda nas três linhas de apoio, 300 chamadas para a linha telefónica, o dobro face ao período homólogo do ano anterior, 161 solicitações de auxílio por email e outras 194 através da linha SMS.

A tendência do período de desconfinamento deverá manter-se até ao final do ano, anteveem especialistas de Organizações Não Governamentais e Governo, que irão manter as estruturas de auxílio concebidas para responder às necessidades de quem vive com o seu agressor.

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