O ministro da Administração Interna, Eduardo Cabrita, defendeu esta sexta-feira que o Algarve deve ter uma “particular exigência” em relação a comportamentos de risco durante o verão, admitindo que 2020 será um ano atípico em termos turísticos.

Em conjunto, construiremos a prova da nossa capacidade de resposta com confiança, com atenção aos riscos e com uma particular exigência em relação aos comportamentos de segurança que sobre todos recai. Essa é uma responsabilidade dos cidadãos, dos agentes económicos regionais e de todos os que têm responsabilidades políticas ou institucionais”, disse o governante, em Faro.

Eduardo Cabrita, que falava na apresentação do programa “Algarve Seguro”, salientou que, com o espírito construído ao longo dos “meses mais difíceis de sempre” da vida institucional portuguesa, numa alusão à pandemia de Covid-19, poderá ser “construído, com confiança, um Algarve seguro para o futuro”.

“O Algarve é uma região de segurança e, do ponto de vista sanitário, um dos destinos mais seguros do mundo”, prosseguiu, ressalvando, porém, que, em 2020, o Algarve ficará “muito longe” dos resultados históricos dos últimos anos, nos indicadores de passageiros no Aeroporto de Faro ou dormidas.

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“Não, 2020 não vai ser o melhor ano de sempre. Vai ser um ano em que, com o empenho de todos, construiremos a confiança para acolher bem cidadãos nacionais, que terão uma presença muito significativa, e aqueles que do estrangeiro queremos bem receber”, acrescentou.

Durante a apresentação do programa, responsáveis das forças policiais, da Proteção Civil e das autoridades de saúde revelaram os respetivos números do reforço de efetivo para a região nos meses de verão.

A GNR vai reforçar o seu efetivo de segurança no Algarve durante o verão com mais de 2.600 militares, que se juntarão aos cerca de mil que estão posicionados, permanentemente, na região.

“Vamos receber cerca de 2.650 militares, distribuídos por cinco vertentes: ordem pública, patrulhamento motorizado e ciclo, cavalaria, binómios e ainda 52 candidatos a guardas, que farão aqui no terreno a formação em exercício”, revelou o diretor de Operações Nacionais da GNR, coronel Guerra Henriques.

Já a PSP, cujo Comando Distrital de Faro conta com 838 elementos, reforçará esse efetivo, até setembro, com duas equipas do Corpo de Intervenção da Unidade Especial de Polícia, além das equipas de Prevenção e Reação Imediata (duas em Faro e duas em Portimão), para resposta à criminalidade no meio urbano.

“Casuisticamente, de acordo com uma avaliação do risco que está inerente a todas as operações que prosseguimos, através da identificação dos ativos críticos, das vulnerabilidades e nível de impacto, iremos disponibilizar ao Comando Distrital de Faro equipas de Trânsito, equipas de Intervenção Rápida, ‘drones’ e outros meios e equipamentos policiais”, disse o intendente Pedro Grilo, chefe da divisão de Policiamento e Ordem Pública da PSP.

Ao contrário dos últimos anos, não haverá membros de forças policiais estrangeiras no Algarve, uma vez que essas parcerias se encontram suspensas, face ao contexto pandémico.