Mesmo sem jogar, o Liverpool quebrou esta semana um jejum de 30 anos sem ganhar a Premier League (aliás, nesta nova versão de Campeonato inglês que começou no início dos anos 90 nem sequer tinha ganho ainda…) com a derrota do Manchester City em Londres frente ao Chelsea. Como seria mais ou mesmo expectável, e apesar de todos os pedidos no sentido contrário por causa da pandemia, milhares de adeptos celebraram junto a Anfield a conquista – algo que o próprio clube não gostou, manifestando-o em público. Todavia, não deixou de ser um título e, sem excessos, jogadores, técnicos e staff festejaram de forma mais reservada na concentração onde assistiram ao encontro dos rivais. Este domingo, em campo, o Olympiacos sagrou-se campeão mas nem festejou.

“Temos a impressão que controlamos as nossas vidas. Não é verdade”. Pedro Martins, um treinador português na Grécia

Neste caso, a explicação é diferente: apesar dos 19 pontos com que partia para esta jornada e depois do triunfo com o AEK de Atenas (antes o PAOK tinha ganho ao Aris por 2-0), decorre ainda o recurso apresentado pela equipa de Salónica, penalizada com sete pontos a menos na secretaria porque o seu presidente, Ivan Savvidis, teve também participação nas ações do Xanthi, o que faz com que, caso seja dada razão ao rival direto na luta pelo primeiro lugar, a diferença passe a ser apenas de 12 pontos com 18 por disputar. Ou seja, ainda “recuperável”.

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Após mais um objetivo alcançado, com a passagem à final da Taça da Grécia recuperando a desvantagem frente ao PAOK da primeira mão (3-2) com um triunfo por 2-0 em casa, o Olympiacos entrava ainda assim com outra meta para cumprir no Campeonato: manter a caminhada sem derrotas, com um total de 23 vitórias e seis empates nos 29 encontros inaugurais entre primeira e segunda fase além de ter o melhor ataque (60 golos marcados) e defesa (apenas dez golos consentidos). Do outro lado estaria não só o próximo adversário na final da Taça mas também um dos conjuntos que conseguira tirar pontos ao conjunto de Pireu, com um empate sem golos em casa.

Olympiacos de Pedro Martins elimina PAOK de Abel Ferreira e está na final da Taça

Num encontro à porta fechada e com o francês Clément Turpin como árbitro, o Olympiacos, com José Sá e Rúben Semedo de início (Bruno Gaspar e Cafú começaram no banco), entrou a dominar e conseguiu coroar essa melhor entrada com dois golos perto do intervalo, por El Arabi (38′) e Camara (45′). O AEK ainda reduziu no segundo tempo por Sergio Araujo mas a equipa de Pedro Martins venceu por 2-1 … e não fez a festa.

Além da reconquista do Campeonato três anos depois e da presença na final da Taça, o Olympiacos está ainda nos oitavos da Liga Europa, defrontando o Wolverhampton na segunda mão após o empate na Grécia a um golo. Antes, a equipa de Pedro Martins terminou o grupo da Liga dos Campeões atrás de Bayern e Tottenham e à frente do Estrela Vermelha, afastando depois o Arsenal na primeira fase a eliminar da Liga Europa com um grande triunfo alcançado em Londres após prolongamento que foi uma das grandes surpresas da competição.

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