As autoridades moçambicanas desmantelaram redes de tráfico de pedras preciosas em Montepuez, na província de Cabo Delgado, e detiveram pouco mais de quatro toneladas de vários minérios, disse esta segunda-feira à Lusa fonte oficial.

“Estes crimes envolvem cidadãos moçambicanos e estrangeiros e, assim, podemos dizer que estamos perante redes de tráfico de pedras preciosas”, disse Obete Matine, inspetor geral no Ministério dos Recurso Minerais e Energia de Moçambique.

Durante a operação, apreenderam-se pouco mais de quatro toneladas de turmalinas, quartzitos mineralizados a ouro e granadas, além de várias gramas de rubi, curando e águas marinhas.

As pedras foram apreendidas em várias residências e estabelecimentos vocacionados para venda de outros produtos no município de Montepuez.

A operação juntou a polícia, o departamento de inspeção do Ministério dos Recurso Minerais e Energia e a empresa Montepuez Rubi Mining (MRM), detida maioritariamente pelo grupo Gemfields.

Segundo a mesma fonte, existem pelo menos, dez pessoas envolvidas, entre moçambicanos e estrangeiros, parte destes com documentos fora do prazo.

“Há estrangeiros que já se instalaram na comunidade, casaram-se com mulheres moçambicanas, o que torna o processo para o desmantelamento destas redes complexo”, declarou Obete Matine, acrescentando que a intenção das autoridades agora passa por garantir uma fiscalização constante.

A MRM, que detém 33 mil hectares de concessão para exploração de rubis em Montepuez, tem vindo a alertar para as consequências do garimpo ilegal na região, denunciando o que classificou de “escravatura moderna” a que muitos jovens são sujeitos, ordenados por traficantes de pedras preciosas no mercado internacional, nas jazidas dentro da concessão da empresa.

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