Não há grande paixão entre os ciclistas e os condutores de todos os outros veículos, com os primeiros a queixarem-se de serem umas vítimas dos restantes veículos com quem partilham as ruas da cidade e os automobilistas, camionistas e motociclistas a devolver a acusação, apontando o dedo a quem anda de bicicleta como sendo os culpados do “mau ambiente”, por não respeitarem peões, passadeiras, semáforos e “abusarem” dos direitos que os protegem. Isto embora a esmagadora maioria dos ciclistas conduza igualmente outros veículos de maiores dimensões e sem pedais.

Vem isto a propósito de um caso, como muitos que acontecem regularmente em Portugal e nos restantes países europeus, de um embate entre uma bicicleta e uma moto, que se desentenderam na abordagem a um cruzamento. Ninguém ficou ferido e, tirando um risquinho ou outro, ambos os veículos ultrapassaram a contenda sem grandes mazelas. O que interessa aqui é tentar perceber como estes casos teimam em repetir-se e como proceder para evitá-los, pois em algumas situações a história acaba mal, com feridos e, por vezes, mortos.

O vídeo abaixo, registado pela câmara que o motard tinha montada no capacete, explica na íntegra como tudo aconteceu. Começa por mostrar como todos os veículos param num semáforo vermelho. Todos menos o ciclista. No cruzamento seguinte, a mesma bicicleta muda para a faixa da esquerda, como se pretendesse virar à esquerda ou seguir em frente, deixando a faixa da direita para quem quisesse virar para esse lado ou seguir em frente, exactamente o que fez o motociclista. Mas, afinal, o homem da bicicleta estava apenas a apurar a trajectória, sem pensar nos restantes veículos com que partilha a rodovia e, ao virar à direita, embateu na moto.

Seguiu-se uma discussão civilizada entre ambos os condutores, mas sem que qualquer um deles admita a culpa. Veja o vídeo e faça a sua própria análise.

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