O município de Miranda do Corvo, no distrito de Coimbra, registou, em 2019, um saldo positivo de 146.315 euros, de acordo com o Relatório de Gestão aprovado em Assembleia Municipal, foi anunciado esta segunda-feira.

Em comunicado, a Câmara liderada por Miguel Baptista (PS) salienta que o passivo foi reduzido 10% “em comparação com o ano anterior”.

“O acordo alcançado com a empresa Águas do Centro Litoral e a amortização do pagamento efetuada no ano de 2019 permitiram a redução do passivo em cerca de 1,5 milhões de euros“, refere a nota.

O executivo reconhece o aumento “excecional” da despesa corrente em 2019, considerando que esse incremento se deveu à “despesa extraordinária” com o pagamento antecipado do empréstimo contraído para liquidação da dívida às águas do Centro Litoral e o “forte investimento nas faixas de gestão de combustível”.

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No comunicado, o município salientou ainda a “forte aposta na promoção turística do concelho”, através da realização do Campeonato do Mundo de Trail Running, o acolhimento da partida de uma etapa da Volta a Portugal em Bicicleta, a transmissão do programa televisivo que escolheu os últimos finalistas do concurso “7 Maravilhas – Doces de Portugal” e a Expo Miranda.

“O presidente da Câmara realçou ainda o valor do saldo de gerência, superior a dois milhões de euros, que permite margem orçamental para os grandes investimentos em curso no corrente ano, como a construção do Parque Logístico Municipal, da Escola de Talentos e zona envolvente, bem como o lançamento dos procedimentos concursais para as obras de requalificação do parque escolar municipal, entre outros”, refere a nota.

O Relatório de Gestão 2019 foi aprovado na sexta-feira com os votos contra do PSD e do PCP e a abstenção do CDS-PP.

Os sociais-democratas, também em comunicado, acusaram o atual executivo de, em 2019, terem “a menor execução de obra de sempre”.

Segundo o PSD, os resultados apresentados pela prestação de contas de 2019 revelam que “a despesa corrente é mais elevada, a execução de obra baixou e praticamente não existem receitas de dinheiro europeu a fundo perdido, dada a ausência total de visão na gestão municipal”.

Os sociais-democratas destacam que, no ano passado, o município concretizou cerca de 704 mil euros, tratando-se de uma execução “medíocre de pouco mais de 21% dos mais de três milhões de euros de investimento prometido”.

O PSD acusa o executivo municipal de gastar cada vez mais em despesa corrente (salários, festas, subsídios, etc.).

“Aumentou mais de 30% só no último ano, fixando-se agora em mais de nove milhões de euros ao ano e fazendo o passivo ser hoje superior àquele que era há seis anos”, sublinha a estrutura concelhia.