Um homem foi morto e um adolescente ferido ao início desta segunda-feira em Seattle, na designada zona de protesto ocupada, naquele que foi o segundo tiroteio mortal numa semana no mesmo local. Manifestantes ocupam várias zonas em torno da esquadra policial da zona leste de Seattle e um parque de estacionamento desde há duas semanas, depois de os agentes policiais terem abandonado as instalações, no seguimento de confrontos com manifestantes que denunciavam a brutalidade da polícia.

Testemunhas afirmaram terem visto um veículo próximo de um dos postos de controlo criados pelos manifestantes, cerca das 3h locais (11h em Lisboa), mesmo antes do tiroteio, informou a polícia, em comunicado.

Diversas pessoas que ligaram para o número de emergência (911, nos EUA) relataram ter visto indivíduos a  disparar sobre o veículo. A polícia avançou que duas, que eram provavelmente os ocupantes, foram transportadas para um hospital local.

Um homem foi declarado morto no Harborview Medical Centre e a segunda vítima, um adolescente com 14 anos, foi hospitalizada com ferimentos de tiro, sendo o seu estado considerado crítico.

Um primeiro incidente na zona, ocorrido em 20 de junho, provocou a morte a um jovem com 19 anos e ferimentos noutro, com 33 anos.

Em Seattle foram ocupados vários quarteirões perto da uma esquadra da polícia na zona de Capitol Hill, na sequência dos protestos contra a violência policial que decorrem no país desde a morte do afro-americano George Floyd.

PUB • CONTINUE A LER A SEGUIR

Esta morte está a provocar os maiores protestos nos Estados Unidos das últimas décadas contra as violências policiais e os direitos da população negra norte-americana, que se estenderam à escala global com reivindicações mais amplas.

A polícia optou por retirar a maioria das suas forças da zona de protesto na sequência de confrontos com os manifestantes.

George Floyd, de 46 anos, morreu em 25 de maio, em Minneapolis, no estado do Minnesota.

A morte ocorreu depois de Floyd ter estado imobilizado no chão por um polícia branco, que lhe colocou o joelho em cima do pescoço, durante oito minutos e 46 segundos, apesar de dizer que não conseguia respirar.

Desde a divulgação das imagens nas redes sociais, têm-se sucedido os protestos contra a violência policial e o racismo em dezenas de cidades norte-americanas.

Os quatro polícias envolvidos foram despedidos, e o ex-agente Derek Chauvin, que colocou o joelho no pescoço de Floyd, foi acusado de homicídio em segundo grau, arriscando uma pena máxima de 40 anos de prisão.

Os outros vão responder por auxílio e cumplicidade de homicídio em segundo grau e por homicídio involuntário.