O Presidente populista conservador Andrzej Duda venceu as presidenciais de domingo na Polónia com 43,50% e vai disputar a segunda volta com o presidente da câmara de Varsóvia, Rafal Trzaskowski, segundo resultados finais divulgados esta terça-feira.

Segundo a comissão eleitoral nacional polaca, e quando estão escrutinados 100% dos boletins, o liberal Trzaskowski obteve 30,46% dos votos. Em terceiro e quatro lugares, e portanto afastados da corrida, ficaram o conservador moderado Szymon Holownia, com 13,87%, e o candidato de extrema-direita Krysztof Bosak, com 6,78%.

Em conferência de imprensa, o presidente da comissão eleitoral, Sylwester Marciniak, indicou que a taxa de participação foi de 64,51%, a mais alta em eleições presidenciais desde 1995.

Os media polacos citam esta terça-feira um comunicado divulgado na segunda-feira pela missão de observadores da Organização para Segurança e Cooperação na Europa (OSCE) que considera que as eleições foram bem geridas pelas autoridades, apesar da “falta de clareza legal” sobre a circunstância de se realizarem num contexto de pandemia de Covid-19.

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A OSCE considerou, por outro lado, que a campanha foi marcada por uma “retórica de intolerância” e que a televisão pública polaca, TVP, não fez uma cobertura “equilibrada e imparcial” da campanha.

O canal público transformou-se numa ferramenta de campanha do atual Presidente, enquanto parte da cobertura teve claros aspetos xenófobos e antissemitas”, afirma a organização internacional, que também critica a “linguagem xenófoba” usada por Andrzej Duda.

A associação de jornalistas da Polónia juntou-se a estas críticas, apontando num relatório divulgado esta terça-feira que “a parcialidade” dos media públicos foi aumentando à medida que se aproximava a data das eleições e que a TVP fez uma cobertura predominantemente positiva da campanha de Duda e predominantemente negativa da de Trzaskowski.

Inicialmente fixada para 10 de maio, a eleição presidencial foi adiada à última hora para 28 de junho após governo e partidos da oposição terem divergido sobre as suas modalidades em plena pandemia e com Malgorzata Kidawa-Blonska, a candidata do principal partido da oposição, Plataforma Cívica (PO, centrista), entretanto substituída por Trzaskowski, a abandonar a campanha e apelar ao boicote eleitoral.

A segunda volta realiza-se a 12 de julho.