Os empresários de diversão itinerante vão manifestar-se, em Lisboa, durante o mês de julho, contra a falta de respostas do Governo para a retoma da atividade, revelou esta terça-feira o presidente da recém-criada Associação dos Profissionais Itinerantes Certificados.

“Perguntámos ao Governo se pretende abri-la a 1 de julho e o Governo não responde. Nós sentimo-nos enganados mais uma vez. Isto vai dar desgraças. Isto não vai correr bem”, disse Luís Fernandes, em declarações à agência Lusa. De acordo com o dirigente, até quarta-feira, a Direção-Geral da Saúde tem poder para reabrir o setor das diversões em feiras e festas, mas ainda não o fez.

No dia 16 de junho, a senhora diretora [Graça Freitas] deu parecer positivo à abertura das atividades de diversão e restauração itinerantes. Da parte das autoridades de saúde, não havia qualquer problema para o nosso protocolo sanitário e regras”, lembrou.

Na ocasião, a Associação dos Profissionais Itinerantes Certificados (APIC) disse ter recebido garantias da Direção-Geral da Saúde (DGS) de que os empresários de diversão itinerante vão poder retomar a atividade. Considerando que se trata de discriminação, Luís Fernandes salientou que o facto de ainda não terem retomado a atividade só gera mais revolta e indignação.

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“A gente já viu que o Governo não se vai pronunciar, porque nós perguntámos diretamente ao Governo – ao Ministério da Economia – se vai abrir esta atividade ou não. Não sei o que têm contra nós ou não. Isto é tudo política”, observou, reiterando que vai haver “mais manifestações”.

Segundo Luís Fernandes, as ações de rua vão iniciar-se às 0h00 de 1 de julho junto ao Ministério da Economia. Durante todos os dias de julho, estarão grupos de manifestantes na rua da Horta Seca (onde se situa o Ministério da Economia), rua da Emenda, rua de Chagas e rua do Loreto. De noite, farão vigília junto ao Ministério da Economia, estando também agendadas manifestações junto ao Conselho de Ministros nos dias 2, 9, 16, 23 e 30.

O presidente da APIC acrescentou que estão ainda programadas concentrações junto ao Palácio de Belém e às residências civis do Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, e do primeiro-ministro, António Costa.

Devido ao surto de covid-19, os negócios itinerantes em eventos culturais, feiras, festas, romarias e circos, a maioria das quais canceladas, ficaram comprometidos. Em 5 de maio, a Assembleia da República aprovou um diploma do grupo parlamentar comunista, com a abstenção do PS, PSD, CDS e IL, que cria um regime de apoio à atividade dos feirantes.

Apesar de aprovado na generalidade, o diploma ainda não é lei, dado que é necessário ser discutido e votado na especialidade na comissão, no caso a de Economia, Inovação, Obras Públicas e Habitação.