O número de acidentes rodoviários, vítimas mortais e feridos graves ou ligeiros diminuiu nos primeiros cinco meses do ano, face a igual período de 2019, tendo-se registado 9.297 sinistros, que provocaram 131 mortos e 618 feridos graves.

Estes resultados constam do relatório da sinistralidade rodoviária no continente referente aos cinco primeiros meses do ano, elaborado pela Autoridade Nacional de Segurança Rodoviária (ANSR) e divulgado esta terça-feira.

No período em análise ocorreram 9.297 acidentes com vítimas, dos quais resultaram 131 mortes, 618 feridos graves e 10.826 feridos ligeiros.

Para a ANSR estes resultados demonstram “uma melhoria nos principais indicadores de sinistralidade, comparativamente com o período homólogo de 2019”, com menos 4.531 acidentes com vítimas (-32,8%), menos 63 vítimas mortais (-32,5%), menos 226 feridos graves (-26,8%) e menos 5.824 feridos leves (-35,0%).

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A ANSR realça que a redução do número de sinistros decorre da diminuição de tráfego durante o período de Estado de Emergência devido a pandemia por Covid-19 que impôs medidas de confinamento desde 19 de março.

Contudo, segundo o relatório, a tendência de redução na sinistralidade já tinha sido verificada entre 01 de janeiro e 18 de março, período no qual se registaram menos 438 acidentes com vítimas (-6,4%), menos 22 vítimas mortais (-22%), menos 42 feridos graves (-9,8%) e menos 550 feridos leves (-6,7%) por comparação com o período homólogo de 2019.

No período em que vigorou o estado de emergência (19 de março a 02 de maio) foi registado um “acentuado decréscimo em todos os indicadores de sinistralidade”, concretamente menos 63,8% de acidentes com vítimas, menos 48,7% mortos, bem como menos de metade dos feridos graves (-57,0%) e menos 67,9% de feridos ligeiros.

Dos resultados dos primeiros cinco meses o relatório destaca que dos despistes resultaram 44,3% das vítimas mortais e que a colisão entre veículos foi o motivo mais frequente do sinistro, tendo ocorrido em 50,9% dos acidentes com vítimas, 46,3% dos feridos graves e 55,8% dos feridos leves.

Contudo, face ao período homólogo, os despistes de veículos provocaram menos vítimas: 17 vítimas mortais (-22,7%) e 56 feridos graves (-19,0%).

Nos atropelamentos registaram-se menos quatro mortos (-13,3%) e menos 89 feridos graves (-48,6%) e nas colisões observou-se uma diminuição de 42 vítimas mortais (-47,2%) e 81 feridos graves (-22,1%).

A maioria dos acidentes (64,7%) com vítimas ocorreu em arruamentos: 41,2% das vítimas mortais, 45,8% dos feridos graves e 62,6% dos feridos leves.

Face ao mesmo período de 2019, “o maior decréscimo de vítimas mortais, em valor absoluto, registou-se nas estradas nacionais com menos 21 mortos e autoestradas (-16) e o de feridos graves em arruamentos (-115), autoestradas (-37) e estradas municipais, onde houve menos 33 óbitos.

O relatório indica que 61,8% do total de vítimas mortais eram condutores, 21,4% peões e 16,8% passageiros.

No caso dos feridos graves, a proporção de condutores e passageiros foi superior (65,9% e 18,6%, respetivamente), enquanto a de peões foi inferior (15,5% dos feridos graves).

Também neste indicador e face ao período homólogo se verificou uma melhoria em todas as categorias de utente, nomeadamente nos condutores, com menos 49 mortos (37,7%) e 125 feridos graves (-23,5%), e nos peões, que apresentaram uma redução de 91 feridos graves (-48,7%).

Os automóveis ligeiros foram o que sofreram mais acidentes, com 75,9% dos casos, mas também registaram a maior diminuição relativamente ao período homólogo (-36,7%).

De acordo com os dados estatísticos disponibilizados, nos primeiros cinco meses do ano foram fiscalizados cerca de 46,5 milhões de veículos, o que representa um aumento de 31,2% comparativamente a igual período de 2019, tendo sido detetadas mais de 530 mil infrações, o que representou uma redução de 3,0% face ao ano anterior.

A maior percentagem de infrações detetadas pelas autoridades foi o excesso de velocidade com 64,5%, sendo que, de acordo com a ANSR verificou-se “uma diminuição em todos os tipos de infração que, nalguns casos, superior a 40%, como aconteceu com a condução sob o efeito de álcool, uso de telemóvel e não utilização de cintos de segurança”.