A polícia brasileira realizou esta terça-feira uma operação com mandados de prisão, busca e apreensão no estado do Rio de Janeiro contra membros de uma milícia apontados como suspeitos de participarem no assassínio da ativista brasileira Marielle Franco, disse fonte policial.

Num breve comunicado, a Polícia Civil do Rio de Janeiro informou que a Delegacia de Homicídios da Capital (DHC) em conjunto com o Ministério Público do estado do Rio de Janeiro (MPRJ), por meio do Grupo de Atuação Especial no Combate ao Crime Organizado (GAECO/MPRJ), realiza desde o início da manhã a operação Tânatos.

Segundo a polícia brasileira, “a ação visa cumprir mandados de prisão e de busca e apreensão contra integrantes da organização criminosa conhecida como Escritório do Crime”.

O Escritório do Crime é um grupo de assassinos que ficou conhecido no Brasil com a morte da ativista Marielle Franco, em 2018.

O grupo criminoso era liderado por Adriano da Nóbrega, um ex-agente da Polícia Militar morto em fevereiro passado numa ação de busca e captura na Baía e que era suspeito de participar na morte de Marielle Franco.

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Os alegados integrantes da milícia Escritório do Crime são alvo esta terça-feira de mandados expedidos com base num outro inquérito que investiga o homicídio de Marcelo Diotti da Mata, também ocorrido em março de 2018, e na tentativa de execução de um polícia reformado. A investigação apontou o envolvimento do grupo criminoso nos crimes.

Os agentes das polícias do Rio de Janeiro estão a cumprir seis mandados de prisão, além de 31 de busca e apreensão em vários pontos da cidade.

Segundo o jornal O Globo, o principal alvo é Leonardo Gouvea da Silva, conhecido como Mad, que foi preso em casa e que negou imediatamente qualquer ligação à morte da ativista.

Investigadores acreditam que Mad terá chefiado um grupo que assassinou o empresário Marcelo Diotti da Mata, na zona Oeste do Rio de Janeiro, no dia 14 de março de 2018, mesma data da execução de Marielle Franco.

Investigadores chegaram a relacionar os casos, mas como os crimes aconteceram em áreas distantes praticamente à mesma hora descartaram a hipótese, embora investiguem a participação de membros do Escritório do Crime nos dois casos de homicídio.

O assassínio a tiro de Marielle Franco e do seu motorista, Anderson Gomes, ocorrido em março de 2018, gerou uma grande comoção no Brasil e no mundo. A vereadora, negra, homossexual e de uma favela, destacou-se pelo seu trabalho como defensora dos direitos humanos e pelas suas denúncias contra a violência policial no Rio de Janeiro.

As investigações à sua morte continuam a decorrer, tendo sido para já detidos os dois alegados autores materiais, faltando ainda determinar quem foi o autor moral.