O PAN – Pessoas-Animais-Natureza quer que o Governo esclareça se “há intenção política de reativar o aterro de Santo Tirso” e se existe alguma “relação com o novo aterro da Trofa”, afirmando existirem contradições na informação veiculada, foi esta terça-feira anunciado.

Na comunicação enviada ao ministro do Ambiente e da Ação Climática, João Pedro Matos Fernandes, o partido quer ver esclarecidas as “informações contraditórias por parte da Câmara Municipal da Trofa e a empresa de gestão de resíduos Resinorte”.

“No seguimento das notícias veiculadas sobre a construção de um novo aterro em Covelas (Trofa) pela empresa Resinorte, surgiram posições e testemunhos contraditórios sobre a extensão do mesmo ao aterro sanitário de Santa Cristina do Couto, em Santo Tirso, encerrado desde 2016 por ter atingido o limite de capacidade de deposição”, refere o documento.

O PAN pretende que o Governo “venha proceder a um cabal esclarecimento, de forma a que fique claro para as populações saber se há ou não a intenção política de reativar o aterro de Santo Tirso e se há relação com o novo aterro da Trofa”, exigiu Bebiana Cunha, deputada na Assembleia da República, eleita pelo círculo do Porto.

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O PAN cita o autarca da Trofa, Sérgio Humberto, que disse à Lusa que “a freguesia de Covelas, naquele município, iria receber a extensão do aterro sanitário que será reativado em Santo Tirso, recebendo a autarquia dois milhões de euros de indemnização”.

Nessas declarações, o autarca acrescentou que o aterro “vai funcionar dos dois lados [Santo Tirso e Trofa], pois assim será aproveitada a estrutura do lado de Santo Tirso, designadamente do tratamento dos lixiviados”.

A deputada do PAN recorda também a posição assumida pela Resinorte, que “não só nega a versão divulgada pelo autarca da Trofa”, como dá inclusivamente nota de que o aterro de Santo Tirso “tem já um projeto aprovado pelas autoridades competentes para a sua selagem definitiva e subsequente integração paisagística, que se efetivará também a breve prazo”.

Para o PAN, é “igualmente importante que sejam conhecidos os resultados da monitorização ambiental das células já encerradas, qual a área a ser ocupada pelas novas células a construir e que tipo de tratamento vai ser utilizado no tratamento de águas lixiviantes, já para não falar das conclusões do estudo de impacte ambiental”.

Em declarações no sábado, em Vila Nova de Gaia, Matos Fernandes remeteu para a autarquia da Trofa a responsabilidade sobre o licenciamento do projetado aterro para Covelas.

“Uma autoridade administrativa, seja ela qual for, tem competências. Logo, não passa a bola a ninguém. Há aqui de facto um posicionamento inicial por parte da Câmara da Trofa, que é quem licencia o aterro, que era a favor. Depois passou a ser contra. Essa questão [do licenciamento] tem de colocar ao presidente da Câmara da Trofa. O ministro do Ambiente não autoriza, nem deixa de autorizar”.