A TAP registou prejuízos de 395 milhões de euros no primeiro trimestre devido à pandemia, indicou a companhia num comunicado à CMVM.

De acordo com a transportadora aérea, o resultado líquido negativo do trimestre de 395 milhões foi “impactado por eventos relacionados com a pandemia Covid-19, nomeadamente pelo reconhecimento de overhedge de jet fuel de 150,3 milhões de euros, tendo o resultado líquido sido igualmente impactado por diferenças de câmbio líquidas negativas de 100,5 milhões de euros”. Excluindo estes dois efeitos, adianta a TAP, “o resultado líquido do primeiro trimestre de 2020 teria sido negativo em 169,9 milhões de euros”. No período homólogo de 2019, a TAP registou prejuízos de 106,6 milhões.

No total do trimestre, a TAP transportou 2,96 milhões de passageiros (dos quais 2,37 milhões em janeiro e fevereiro), o que representa uma quebra de 12,6% face ao trimestre homólogo do ano passado. O comunicado revela ainda que a TAP registou um decréscimo de 54,7% no número de passageiros transportados em março face ao mês homólogo de 2019.

“A quebra de atividade verificada em março de 2020 em resultado da pandemia Covid-19 impactou negativamente a performance da TAP no 1º trimestre, compensando a boa performance observada nos primeiros 2 meses do ano. O mês de março foi já significativamente afetado pelas medidas de contenção adotadas pelas autoridades nacionais e internacionais que se refletiram numa acentuada quebra na procura e levaram a TAP a diminuir a sua capacidade operacional, traduzindo-se numa deterioração progressiva da atividade ao longo do mês”, indica a companhia.

A TAP também revela que – tendo em consideração o impacto da pandemia – o Conselho de Administração “iniciou um processo de análise da capacidade instalada, o qual poderá vir a resultar numa restruturação da frota”. Assim, prevê-se para o período remanescente de 2020 (após 31 de março) “uma redução líquida da frota, incluindo a saída já confirmada de 6 aviões (1 A321, 1 A320, 3 A319 e 1 E190) que terminam contrato em 2020”. Além destas “estão a ser estudadas saídas adicionais de aeronaves”, por forma a alinhar com o plano de frota atualmente em revisão.

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Na primeiro trimestre do ano, a companhia aérea registou uma “diminuição dos rendimentos operacionais totais em 05%” face ao trimestre homólogo de 2019 e “das receitas de passagens em 3,7%” relativamente ao mesmo período do ano anterior. No mês de março, a diminuição verificada face ao mesmo mês de 2019 é de 106,3 milhões de euros (-47,7%) nos rendimentos operacionais totais e de 90,3 milhões (-46,9%) nas receitas de passagens, adianta.

A TAP registou igualmente uma quebra do EBITDA (resultado antes de juros, impostos, depreciação e amortização) de 26 milhões de euros no primeiro trimestre face ao período homólogo. Em março, a quebra do EBITDA foi de 80,4 milhões de euros relativamente ao igual mês do ano passado.

“[A] quebra de atividade verificada em março de 2020 em resultado da pandemia covid-19 impactou negativamente a performance da TAP no primeiro trimestre, compensando a boa performance observada nos primeiros dois meses do ano”, sustenta a transportadora.

A companhia acrescenta que “o mês de março foi já significativamente afetado pelas medidas de contenção adotadas pelas autoridades nacionais e internacionais que se refletiram numa acentuada quebra na procura e levaram a TAP a diminuir a sua capacidade operacional, traduzindo-se numa deterioração progressiva da atividade ao longo do mês”.

A TAP realça também a realização em fevereiro de uma amortização “no montante de 158,6 milhões de euros referente a um financiamento com um sindicato de bancos portugueses, com extensão da maturidade do montante remanescente desse financiamento”.

“A maturidade média da dívida financeira da TAP (excluindo ‘leasings’ operacionais) aumentou de 4,5 anos no final de 2019 para 5,0 anos no final do primeiro trimestre de 2020, continuando o reforço significativo da extensão da maturidade média da dívida efetuado durante o ano de 2019, tendo em conta que no final de 2018 era de 2,5 anos”, sublinha.

A Comissão Europeia aprovou em 10 de junho um “auxílio de emergência português” à companhia aérea TAP, um apoio estatal de 1.200 milhões de euros para responder às “necessidades imediatas de liquidez” com condições predeterminadas para o seu reembolso.

A semana passada, a TAP anunciou o prolongamento do ‘lay-off’ até final de julho, ao qual tinha recorrido em 02 de abril, justificando a decisão com o facto de a sua operação continuar reduzida, anunciou hoje ao mercado a companhia aérea.