As autoridades de saúde de Cabo Verde recomendaram esta quarta-feira prudência na reabertura das praias e pediram paciência às pessoas no sentido de aguardarem “um bocadinho mais” para ver como a situação da Covid-19 evolui.
Entendemos que o calor já se faz sentir, mas por enquanto penso que é mais prudente não permitir que as pessoas frequentem as praias. Pedimos paciência e se calhar é melhor esperar um bocadinho mais para ver como é que a situação evolui”, disse o diretor do Serviço de Prevenção e Controlo de Doenças de Cabo Verde.
Na habitual conferência de imprensa para fazer o ponto de situação relativo à Covid-19 no país, Jorge Noel Barreto afirmou que, como não se sabe como é que as pessoas vão responder à infeção, caso a tenham, recomenda-se precaução relativamente à permissão para frequentar praias, sobretudo em Santiago, ilha com mais casos acumulados da doença (965).
Questionado se não há um contrassenso, já que se interditam praias e é autorizada a reabertura de mercados formais e informais, Jorge Barreto declarou que quando há permissão para abrir determinados lugares “há regras, orientações e normas que devem ser seguidas”.
Na operacionalização poderá haver alguns constrangimentos, mas penso que não será aquilo que estava previsto aquando da abertura dos lugares. Deve haver uma organização de forma a evitar aglomerações, as pessoas devem utilizar as suas máscaras”, referiu o porta-voz do Ministério da Saúde.
Em situações de aglomeração de pessoas nos espaços onde já se permitiu a reabertura, Jorge Barreto defende que a situação “deve ser resolvida”.
O acesso às praias está proibido em Santiago, tal como na ilha do Sal, onde as medidas de desconfinamento foram travadas pelo Governo e foram impostas novas medidas restritivas, a meio do mês de junho. Desde junho que estão a ser aplicadas, progressivamente, medidas de desconfinamento, após cerca de dois meses de estado de emergência (diferenciado por ilhas).
No início de junho, as autoridades marítimas e de saúde apelaram para o “cumprimento rigoroso” das regras de acesso e frequência das zonas marítimas balneares e ameaçaram voltar a interditar as praias em São Vicente para prevenir o contágio da Covid-19.
O alerta foi feito pelo Instituto Marítimo Portuário e a Delegacia de Saúde de São Vicente, após registo de grande afluência às praias desta ilha, sem que praticamente todas as regras de segurança e sanitárias fossem respeitadas.
Cabo Verde registou esta quarta-feira mais 40 casos de Covid-19, elevando o total nacional acumulado desde 19 de março para 1.267.
Do total, há 621 casos ativos (49%), em isolamento, dois doentes transferidos para os seus países e 15 óbitos (1,2%).
Mantém-se o registo de 629 casos (49,6%) dados como recuperados pelas autoridades de saúde cabo-verdianas.
Em África, há 10.151 mortos confirmados em quase 405 mil infetados em 54 países, segundo as estatísticas mais recentes sobre a pandemia naquele continente.