O número de pessoas hospitalizadas por Covid-19 em Portugal continua a aumentar. De acordo com o mais recente boletim da Direção Geral da Saúde, à meia-noite de terça para quarta-feira estavam internadas 503 pessoas infetadas com o novo coronavírus em hospitais portugueses. À mesma hora do dia anterior, o número de pessoas hospitalizadas era de 493 — e desde 30 de maio que os hospitais nacionais não tinham 500 ou mais doentes com Covid-19 internados.
Também o número de pessoas internadas em Unidades de Cuidados Intensivos (UCI), cuja condição de saúde inspira mais cuidados, continua a subir. À meia-noite de segunda para terça-feira, eram 73 as pessoas instaladas em UCI hospitalares. Passadas 24 horas, entre novas entradas e saídas (por recuperação ou óbito), o número de pessoas em UCI aumentou para 79.
Mais 313 casos e 3 mortes. Maioria dos novos infetados não são jovens
O boletim divulgado esta quarta-feira pela DGS, referente às 24 horas do dia anterior, dá conta de mais três mortes e 313 casos novos de infeção em Portugal.
As três vítimas mortais — duas mulheres e um homem, duas pessoas da região de Lisboa e Vale do Tejo e uma da região Norte — tinham todas elas 80 ou mais anos.
Já relativamente às faixas etárias em que mais incidiram os novos casos confirmados de infeção, há um dado curioso a reter. Apesar de os ajuntamentos de jovens estarem a ser apontados como uma das principais causas para a dificuldade em diminuir os contágios no país, destes 313 novos infetados só 17 (5%) tinham entre 10 e 19 anos e só 69 (22%) tinham entre 20 e 29 anos.
Ao todo, desde a chegada da pandemia a Portugal em março, já foram detetados mais de 42 mil casos confirmados de infeção (42.454) e já morreram 1.579 pessoas com o novo coronavírus no país.
Também o número de pessoas que foram dadas como recuperadas aumentou durante as 24 horas de esta terça-feira. Nesse período temporal, houve registo de mais 293 pessoas que recuperaram da infeção com o SARS-CoV-2, o vírus causador da doença Covid-19. Ao todo, desde março, já foram dadas como recuperadas após a infeção mais de 27 mil pessoas — 27.505, mais exatamente.
Lisboa e Vale do Tejo com 70% dos 313 casos novos
Lisboa e Vale do Tejo continua a ser a região do país que concentra mais novos contágios com o novo coronavírus. Das 313 infeções detetadas ao longo de esta terça-feira, 218 — isto é, 70% — foram encontradas nesta região. Tal significa que sete em cada dez casos novos confirmados foram detetados nesta zona de Portugal continental.
Os cinco concelhos onde foram detetados mais casos novos de infeção nas últimas 24 horas foram Lisboa (mais 42 casos), Sintra (mais 36 casos), Loures (mais 29 casos), Amadora (21) e Odivelas (24). Somados, estes cinco concelhos de Lisboa e Vale do Tejo concentram 49% (152) dos casos novos detetados no país ao longo de esta terça-feira.
Atrasos no acompanhamento de centenas de infetados dificultam controlo do surto em Lisboa
Ainda assim, há aumentos significativos em outros concelhos de Lisboa e Vale do Tejo, nomeadamente Oeiras (mais 15 casos), Seixal (mais 14), Cascais (mais 12) e Vila Franca de Xira (também com mais 12).
Norte com 20% dos novos casos. Sul, Centro e Alentejo com aumentos residuais
Se a região de Lisboa e Vale do Tejo (LVT) continua a ser a que motiva maiores preocupações, houve variações relevantes no número de infeções em outras regiões do país.
Na região Norte, a segunda mais afetada pela pandemia a seguir a LVT em valores absolutos (com larga diferença para as outras regiões do país, também pelo maior número de habitantes) foram detetadas esta terça-feira mais 64 infeções, o que equivalente a 20% (dois em cada dez) dos novos casos.
Nas restantes regiões do país os aumentos reportados pelas autoridades são residuais. Há registo de mais 14 infeções na região Sul — numa altura em que já se poderiam começar a sentir os efeitos da deslocalização de pessoas para o Sul, por motivo de férias — 11 na região Centro e sete no Alentejo.
Pneumologista Filipe Froes: “Não houve uma estratégia clara no desconfinamento”
Nos Açores não foi detetado mais nenhum caso ao longo de esta terça-feira e na Madeira foi retirado um caso das contas oficiais, que foram avançados na véspera em excesso: não são assim 93 os casos desde o início do surto, mas sim 92.
