As províncias angolanas do Bengo e Bié dizem-se aptas para o retorno às aulas no segundo ciclo, previsto para 13 de julho, referindo que estão criadas “condições estruturantes” e água para higienização dos alunos, devido à Covid-19.

A província angolana do Bengo conta com 14 escolas do secundo ciclo do ensino secundário, que absorve 10.633 alunos, e 80% das mesmas estão com infraestruturas reabilitadas, com casas de banho e compartimentos com água corrente.

Segundo o diretor do gabinete provincial da Educação do Bengo, Manuel Fernando “Kurizemba”, a expectativa para o reinício das aulas na província é grande e o processo de preparação das condições conta com o envolvimento total de professores e encarregados de educação.

“A segunda fase de criação de condições está voltada à aquisição de sabão, álcool gel, máscaras e, neste domínio, estamos a trabalhar com os encarregados para a aquisição de máscaras, numa quantidade também para estudantes de famílias carenciadas”, disse à Lusa.

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O responsável assegurou ainda que está igualmente em curso a aquisição de pulverizadores e viseiras para os professores, processo que conta com apoio e empenho do sindicato provincial dos professores.

As aulas no ensino geral e universitário em Angola foram suspensas em março, antes do Presidente angolano, João Lourenço, declarar o estado de emergência, que decorreu entre 27 de março e 25 de maio.

Angola, que vive desde 26 de maio em situação de calamidade pública, conta com 291 casos de Covid-19, sendo 179 ativos, 97 recuperados e 15 óbitos.

O decreto que determina a situação de calamidade pública prevê o reinício da atividade no ensino superior e no segundo ciclo do ensino secundário a partir de 13 de julho embora “dependente da evolução da situação epidemiológica”.

Já na província angolana do Bié, centro sul do país, as autoridades asseguram que as condições de biossegurança para o retorno às aulas no segundo ciclo do ensino secundário estão igualmente salvaguardadas.

Em declarações hoje à Lusa, o diretor provincial da Educação no Bié, Evaristo Vitangui, deu conta de que 75% das escolas do segundo ciclo da circunscrição tem água corrente e o restante decorre de alguma avaria “completamente ultrapassável com ações já em curso”.

Em relação à garantia de sabão e máscaras para os 34.577 alunos matriculados neste ciclo de ensino, decorrem trabalhos com parceiros sociais e o gabinete provincial da Saúde, que “está a ajudar muito”.

“Mas, estamos apostados na lixívia para soluções químicas para lavagem das mãos, em relação às máscaras conversamos com os encarregados de educação e as medidas de controlo e acompanhamento decorrem”, frisou.

Para estas autoridades, o reinício das aulas no segundo ciclo do ensino secundário nas respetivas províncias servirá de “barómetro” para o retorno às aulas no primeiro ciclo do ensino primário, previsto para 27 de julho, frequentado maioritariamente por crianças.