O Tribunal de Coimbra determina esta sexta-feira, às 12h, a sentença a um homem de 67 anos, residente em Coimbra, acusado de violência doméstica contra a sua mulher e de maus tratos contra os seus pais.

O arguido, técnico funerário, esteve casado 45 anos e, “pelo menos uma vez por semana”, desferia bofetadas e murros à mulher, apertava-lhe a cara ou empurrava-a contra portas ou paredes, refere o Ministério Público na acusação a que a agência Lusa teve acesso.

Segundo o Ministério Público (MP), em várias ocasiões, a mulher na altura dos factos sugeriu que se separassem, “possibilidade que o arguido sempre recusou”, respondendo com raiva e referindo que, caso a companheira fugisse, encontrava-a e matava-a.

No fim de maio de 2019, a vítima abandonou a residência e procurou ajuda junto da Associação Portuguesa de Apoio à Vítima (APAV), acabando por ser acolhida numa casa abrigo, relata a acusação.

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A partir desse momento, os pais do arguido ficaram à responsabilidade do homem, quando antes era a mulher que assumia a função de cuidadora dos sogros, prestando apoio em tarefas de higiene pessoal, alimentação e medicação, deslocando-se à casa destes todos os dias.

De acordo com o MP, o arguido, por diversas vezes, ameaçou os seus pais (a mãe era hipertensa e estava acamada e o pai cego, diabético e movimentava-se com cadeira de rodas), tendo numa dessas situações gritado: “Se tivesses a minha idade, levavas uma coça”.

A 11 de junho de 2019, o arguido terá ordenado ao seu pai, com 91 anos, que assinasse uma procuração para aceder e movimentar as contas bancárias dos seus progenitores, sendo que, depois de a vítima ter negado esse pedido, o arguido “sacudiu o pai com movimentos violentos” e empurrou-o e pressionou-o contra a cabeceira da cama. Noutra situação, terá ameaçado que deixaria de visitar os pais.