O líder parlamentar do PCP, João Oliveira, afirmou esta sexta-feira “temer o pior” em relação ao projeto do novo Hospital Central do Alentejo, a construir em Évora, devido aos atrasos do Governo na adjudicação da obra.

Segundo o também deputado comunista eleito por Évora, os compromissos mais recentes da Administração Regional de Saúde (ARS) do Alentejo apontavam para que “a adjudicação da obra seria feita ainda no primeiro semestre de 2020”.

“Sabemos que a ARS tem todo o processo pronto desde o dia 3 de março e continua sem fazer a adjudicação e o Governo nem sequer aponta uma data definitiva para a concretização dessa adjudicação. Isto faz-nos temer o pior”, salientou.

Sublinhando que “a obra do novo hospital tem sofrido variadíssimos atrasos”, João Oliveira notou que “o primeiro semestre 2020 já acabou” e as obras da nova unidade hospitalar ainda não foram adjudicadas.

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Em abril deste ano, o presidente da ARS do Alentejo, José Robalo, revelou à agência Lusa que o concurso público da empreitada do novo hospital foi vencido pelo grupo espanhol Aciona.

A construção do novo hospital envolve um montante total superior a 180 milhões de euros, uma vez que, aos 150 milhões de investimento previsto, incluindo 40 milhões de fundos europeus, acresce 23% do Imposto sobre o Valor Acrescentado (IVA).

O deputado lembrou que o PCP apresentou “propostas para que a adjudicação da obra fosse feita até ao final do primeiro semestre de 2019”, indicando que o objetivo era “garantir que a obra avançava mesmo e que hospital era feito”.

Já nessa altura, sublinhou João Oliveira, o PCP tinha “receios”, os quais “agora se confirmam como justos”.

O líder parlamentar comunista acusou também de “inércia” o Governo e a ARS do Alentejo “não só na adjudicação da obra”, mas também em relação aos “contactos e articulação que tem que ser feita com outras entidades”.

Segundo João Oliveira, a Câmara de Évora, a Comissão de Coordenação e Desenvolvimento Regional (CCDR) do Alentejo e a Universidade de Évora têm “em diferentes planos uma palavra a dizer sobre alguns aspetos da obra”.

“Vamos ver que iniciativas podemos desenvolver na Assembleia da República para que a questão seja definitivamente resolvida com a adjudicação da obra e o início da construção do hospital para que ele possa entrar em funcionamento em 2023”, concluiu.

O Hospital Central do Alentejo, a construir na periferia de Évora, vai ter um edifício que ocupará uma área de 1,9 hectares e terá uma lotação de 351 camas em quartos individuais, que pode ser aumentada, em caso de necessidade, até 487.

A futura unidade hospitalar vai dar resposta às necessidades de toda a população do Alentejo, com uma área de influência de primeira linha que abrange cerca de 200 mil pessoas e, numa segunda linha, mais de 500 mil pessoas.

A infraestrutura contará com 11 blocos operatórios, três dos quais para atividade convencional, seis para atividade de ambulatório e dois para atividade de urgência, cinco postos de pré-operatório e 43 postos de recobro.